Fechando ainda mais as arestas da aliança entre o presidente do Senado
Eunício Oliveira (MDB) e os Ferreira Gomes para as eleições deste ano, o
ex-governador Cid Gomes (PDT) entendeu como natural aproximação
política para procurar "interesses do Estado", o que "facilita uma
possibilidade de aliança futura". "Acho que não procurá-lo porque até
pouco tempo foi um adversário seria uma mesquinharia", disse Cid.
A afirmação foi dada em entrevista ao canal de Youtube SerTão TV, nesta
segunda-feira, 26. Na interpretação de Cid Gomes, seus aliados – o
governador do Ceará Camilo Santana (PT), o prefeito de Fortaleza Roberto
Cláudio (PDT) e seu irmão Ivo Gomes (PDT) – "estão procurando"
Eunício, uma "liderança do Estado que hoje ocupa lugar importante" para
"ajudar nos interesses do Estado" e "não procurá-lo" configuraria a dita
"mesquinharia".
Durante a conversa, Cid Gomes também contou detalhes da aproximação e
como foi construída reconciliação entre as partes, que se unia a partir
de 2006 mas foi rompida em 2014, quando Eunício disputou o Governo do
Estado contra Camilo Santana (PT), aliado dos Ferreira Gomes.
"Isso deixou sequelas? Eu seria hipócrita em dizer que não, mas nada que
transforme isso numa relação irreconciliável", contemporizou Cid.
Ele contou que já esteve com Eunício depois do rompimento, quando
"Camilo e Roberto Cláudio (PDT)", prefeito de Fortaleza, procuraram o
presidente do Senado para "ajudar nos interesses do Estado" e tiveram
"apoio, estímulo e incentivo" da parte de Cid.
No fluxo de consciência de Cid, o "verdadeiro líder" deve "expressar o
sentimento" dos liderados e não "resolver de cima". Esse "sentimento"
seria o de valorização da "importância" que a aproximação "tem para o
Estado do Ceará e para os municípios que se envolvem mais diretamente
com algum nível de interesse no plano federal".
"Penso que todas as eventuais restrições que se tenham devem ser
trabalhadas com respeito, com diálogo, com conversa, até porque a gente
não acredita em união, aliança, feita na cúpula", refletiu Cid Gomes.
Contudo, a própria expressão "mesquinharia" já foi utilizada por Cid
para atacar o, agora próximo, Eunício. Em outubro de 2016, o
ex-governador afirmou que a reeleição de seu aliado Roberto Cláudio
teria parcela de colaboração "do Eunício e do Tasso, que amesquinharam a
campanha" – referindo-se à aliança com o candidato opositor, Capitão
Wagner (PR).
A declaração de Cid acontece após a primeira aparição de um Ferreira
Gomes ao lado de Eunício, no dia 21 de fevereiro. O prefeito de Sobral,
Ivo Gomes, irmão de Cid, se juntou ao senador em evento no Palácio da
Abolição, para assinatura de recebeimento de R$ 42 milhões em recursos
federais para o municípios, fruto de articulação do senador emedebista.
O Povo Online



