O deputado estadual Capitão Wagner (PR) cobrou, nesta sexta-feira (2),
uma resposta do Ministério Estadual e Federal em relação à campanha
antecipada do presidenciável Ciro Gomes (PDT), lançada ontem (1º), no
Cariri. O parlamentar, que é pré-candidato ao governo do Ceará, exigiu
que os órgãos de fiscalização investiguem, além da campanha antecipada
“rasgada”, se a passagem e hospedagem dos políticos que estão presentes
no local foram pagas com dinheiro público.
“Onde é que se encontra o Ministério Público Eleitoral desse Estado que
permite atos como o que aconteceu ontem, no Cariri: campanha claramente
antecipada, com agenda de campanha, inclusive, divulgada pela imprensa. O
candidato a presidente da República fazendo campanha rasgada, vários
integrantes de órgãos públicos lá presentes. Eu queria saber se o MP já
consultou se a passagem de cada político que lá está não foi paga com
dinheiro público. Se cada político que está nessa caravana até domingo
não foi paga com dinheiro público. Cadê o Ministério Público
Eleitoral?”, cobrou.
Perseguição política
Wagner ainda foi além e acusou o MPCE de perseguir os adversários
políticos do Governo. O deputado afirmou ter sido notificado pelo órgão
duas vezes, em menos de 15 dias, após ter denunciado o acordo feito pela
Secretaria de Justiça, responsável pelo sistema penitenciário estadual,
com facções criminosas, cedendo presídios para alojar somente detentos
de determinado grupo criminoso. No entanto uma denúncia, feita pelo
próprio parlamentar em 2012, pedindo a investigação sobre o furto de 600
equipamentos de som de viaturas dentro da própria secretaria nunca foi
levada adiante.
“O que o MP e a Justiça cearense fizeram diante dessa denúncia? Nada!
Sabe por quê? Porque quem cometeu o crime estava dentro do prédio da
Secretaria de Segurança. Qual foi a investigação instalada para
descobrir quem tinha efetuado o furto desses equipamentos que foram
comprados com o dinheiro do povo cearense, qual foi? Cade a
investigação? Agora, para investigar o Capitão Wagner de um acordo que
foi celebrado dentro dos presídios, na hora foi aberto um procedimento.
Pois que venha, que me chame que eu vou dizer tudo de novo lá na
Justiça”.
CPI do Narcotráfico e resposta a facções
No mesmo discurso, o deputado voltou a cobrar a instalação da CPI do
Narcotráfico na Assembleia Legislativa. Wagner ressaltou o vertiginoso
aumento no número de agentes da segurança executados sob ordens das
facções criminosas e cobrou, mais uma vez, uma resposta do Ministério
Público do Estado do Ceará (MPCE) e do Governo do Estado contra o
descontrole da violência.
“Cadê o Governo do Estado se mobilizar, cade o MPCE se movimentando para
que os promotores, em vez de estar perseguindo um adversário político
do governo, venham a perseguir essas facções criminosas? Cadê o MP que
não cobra da Mesa Diretora a instalação da CPI do Narcotráfico?”.
Segundo o deputado, a CPI foi proposta pela base do governo para barrar a
instalação da CPI do Acquario, obra polêmica do ex-governador Cid Gomes
(PDT). Matéria está há três anos nas mãos da Mesa Diretora, mas nem é
instalada, nem arquivada, evitando que o avanço da CPI do Acquario.
Ceará News 7