O ministro do STF Edson Fachin incluiu, neta sexta-feira (2), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidente da República, Michel Temer, como investigado em um inquérito que apura suspeitas de repasses de propinas da Odebrecht para campanhas eleitorais do MDB em troca de favorecimento à empresa. Já eram investigados no caso os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco(Secretaria-Geral da Presidência). O inquérito foi aberto em abril de 2017 com base nas delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht.
Esta é mais uma investigação aberta contra o presidente, que é alvo de
um inquérito em andamento sob a suspeita de ter editado um decreto que
modificou regras do setor portuário, sob relatoria do ministro Luís
Roberto Barroso. Outros inquéritos contra o presidente que levaram a PGR
a denunciá-lo por duas vezes estão suspensos após decisão da Câmara dos
Deputados barrar o prosseguimento até que ele deixe o mandato
presidencial.
"Defiro o pedido da Procuradora-Geral da República para determinar a
inclusão de Michel Miguel Elias Temer Lulia, atual Presidente da
República, como investigado nestes autos de Inquérito, sem prejuízo
algum das investigações até então realizadas e daquelas que se encontram
em curso. Defiro também, a pedido da Polícia Federal e da
Procuradoria-Geral da República a prorrogação do prazo para as
investigações, determinando, assim, o retorno dos autos à autoridade
policial para que, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceda à
conclusão das diligências pendentes e apresente a peça informativa",
decidiu o ministro Edson Fachin.
Estadão Conteúdo