Restando exatos 100 dias para a abertura da Copa do Mundo 2018, a
contagem regressiva para o início do maior evento de futebol do planeta
se torna alvo de olhares em todos os continentes.
No Brasil, não poderia ser diferente, especialmente pela expectativa de
que o Mundial da Rússia consolide definitivamente o resgate da aura da
Amarelinha. Depois de campanhas vexatórias nas últimas copas, a seleção
brasileira tem vislumbre de redenção.
Diferentemente dos mais recentes Mundiais, a Canarinho vai para o
torneio com real favoritismo ao título. Em 2014, a Seleção entrou como
favorita por jogar em casa, com apoio da torcida, e achar que Neymar
resolveria todos os problemas individualmente.
Não foram considerados aspectos técnicos, táticos e conceituais, como
padrão e modelo de jogo bem definidos, baseado em um futebol moderno,
intenso e coletivo, capaz de potencializar as individualidades em prol
de objetivo comum. Aquela seleção não tinha isso. Mas a de hoje tem.
Isso se deve ao ótimo trabalho realizado por Tite, que teve papel
decisivo nesta retomada. O gaúcho de 56 anos conseguiu transformar o que
antes era apenas um grupo de ótimos jogadores em uma equipe vencedora,
com genuíno DNA do futebol brasileiro. Houve o resgate da essência do
futebol tupiniquim, associando efetividade resultados com beleza.
O treinador já deu provas de que dá pra jogar bonito, ter bom desempenho e ganhar. Essas metas não são conflitantes.
A campanha nas Eliminatórias Sul-Americanas comprova isso. Com Tite,
foram 12 jogos, com 10 vitórias, dois empates e nenhuma derrota,
acumulando incríveis 30 gols marcados e apenas três sofridos. O
aproveitamento de 88,8% foi fruto de triunfos sobre todos os adversários
do continente, incluindo vitórias sobre rivais tradicionais, como o 3 a
0 sobre a Argentina, no Mineirão, e a goleada por 4 a 1 sobre o
Uruguai, em pleno Estádio Centenário, em Montevidéu.
Os números não podem ser analisados friamente, mas, contextualizados,
refletem o bom futebol que tem sido praticado, com aplicação tática,
intensidade e equilíbrio. Por isso o Brasil tem sido apontado pelos
técnicos das principais seleções do mundo como um dos candidatos ao
título do Mundial.
“Acho que não há um único favorito na Copa, acho que há alguns, como a
Espanha, que é sempre forte. O Brasil está de volta, Argentina, França…
Todas em um alto nível”, analisou Joachim Löw, técnico da Alemanha,
atual campeã.
“Nas Eliminatórias, o professor Tite armou uma seleção muito tática e
que faz valer seu valores individuais. O Brasil é muito forte, que foi a
todos os lugares e jogou bem”, destacou o técnico da Costa Rica, Óscar
Ramirez.
O POVO Online