Se existia alguma resistência à provável aliança política entre o
governador Camilo Santana (PT) e o senador Eunício Oliveira (MDB),
principalmente em relação ao PDT, o problema já está superado
aparentemente. Interlocutores do Palácio da Abolição na Assembleia
Legislativa afirmaram ao O POVO que a parceria administrativa está se
desenhando para uma aliança política em outubro próximo.
Mesmo após boatos de que o emedebista estaria ensaiando retorno à
oposição, as declarações de aliados do governador giraram em torno da
possibilidade de a aliança se concretizar. O deputado estadual Sérgio
Aguiar (PDT) disse que a “tendência” é pela aliança e que “o governador é
o condutor” do processo.
Assim como Aguiar, o pedetista José Sarto, que é vice-líder de Camilo da
ALCE, cita o “protagonismo” de Camilo no acordo e garante que não há
conversas na legenda sobre veto ao palanque com o presidente do
Congresso Nacional.
Sarto justifica a possibilidade da aliança afirmando que “a política é
uma circunstância do momento. O Brasil está numa crise tremenda e o
Ceará é um Estado pobre”.
Em mais um ato público, Camilo e Eunício visitam hoje o município de
Madalena para anunciar série de investimentos, em parceria entre os
Governos do Estado, Federal e a Prefeitura. Pela concretização do
palanque, o deputado Walter Cavalcante (MDB) adiantou que não se
incomoda em votar em Ciro Gomes (PDT) para a presidência e crê que não
haveria constrangimento do MDB com o cenário.
Gaudêncio Lucena, dirigente do MDB no Estado, ressalta que o
“arrefecimento” das críticas públicas do PDT à coligação é um “avanço”
nas conversas. O ex-vice-prefeito de Fortaleza, inclusive, negou que o
senador tenha procurado a oposição para um possível retorno. “Em momento
algum ele (Eunício) ventilou essa hipótese. Agora, sabe que existe uma
guerra fria. Existe a informação e a contrainformação”, disse.
Procurada, a oposição negou a reaproximação.
O deputado estadual Leonardo Araújo (MDB) admite que já há conversas
sobre a coligação proporcional com a construção de um “blocão” entre
governo e MDB.
O POVO