O prefeito de Cabedelo, Leto Viana (PRP), o vice-prefeito e mais cinco
vereadores foram presos durante a operação Xeque-Mate, deflagrada na
manhã desta terça-feira (3) pela Polícia Federal, em conjunto com o
Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do
Ministério Público da Paraíba. A operação tem como objetivo desarticular
um esquema de corrupção na administração pública no município
localizado na região da Grande João Pessoa.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventivas, 15 sequestros
de imóveis e 36 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça
da Paraíba. Além dos mandados, a Justiça decretou o afastamento cautelar
do cargo de 85 servidores públicos, incluindo o prefeito e o
vice-prefeito de Cabedelo, e o presidente da Câmara Municipal. Segundo
informações da Polícia Federal, a esposa do prefeito, que é vereadora na
cidade, também é alvo de mandado de prisão.
De acordo com a PF, ela era responsável pelos contratos fraudulentos. O
casal gastou milhões em imóveis com dinheiro desviado, e dispõe de um
estilo de vida totalmente incompatível com a renda. Equipes da Polícia
Federal também cumprem mandado na casa do empresário Roberto Santiago,
em João Pessoa.
Segundo as investigações, o grupo teria desviado ao menos R$ 18 milhões.
Um colaborador da Polícia Federal contou aos investigadores que o atual
prefeito, inicialmente eleito como vice-prefeiro em 2012, teria pago R$
5 milhões ao ex-prefeito, Luceninha para assumir o mandato.
Durante as investigações, ficou comprovado a participação das principais
autoridades públicas do município que se beneficiavam do esquema de
diversas formas, tendo registrado aumento patrimonial espantoso, muito
acima do condizente com sua renda. De acordo com a Polícia Federal,
somente na aquisição de imóveis nos últimos cinco anos, verificou-se que
um agente político envolvido movimentou mais de R$ 10 milhões à margem
do sistema financeiro oficial.
Em um dos esquemas, foram detectados funcionários fantasmas da
prefeitura e da câmara municipal que recebiam salários de até R$ 20 mil e
entregavam a maior parte para as autoridades locais, ficando de fato
com valores residuais. Foram constatadas ainda doações fraudulentas de
imóveis do patrimônio público municipal, bem localizados e de alto
valor, para empresários locais sem que houvesse critérios objetivos para
a escolha do beneficiado.
Globo