Em comparação com 2017, as reservas hídricas no Ceará, tomando por base o
mês de abril, estão bem melhores do que em 2018. Há 18 açudes
sangrando, enquanto que, há um ano, eram apenas 11. Dos três maiores
reservatórios, dois acumulam mais água. O Castanhão está com 8,31%
contra 6,08%; Orós tem volume equivalente a 9,55%, acumulava 10,76%,
isso porque transferiu água para o Castanhão; e o Banabuiú que
registrava menos de 1% (0,96%) agora chegou a 6%.
Mesmo com a redução das chuvas nos últimos nove dias, no Ceará, este mês
de abril mantém-se com melhor índice pluviométrico desde 2010 e com
maior reserva hídrica em comparação com 2017. Hoje, o volume médio nos
155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
(Cogerh) é de 16,2% enquanto que há exato um ano era de 12,5%.
Chuvas
A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
registrou, entre as 7 horas de terça-feira (24) e 7 horas dessa
quarta-feira (25), chuva em 26 municípios. As cinco maiores foram
observadas em Itatira (47mm), Camocim (45mm), Maracanaú (28mm), Milagres
(25mm) e Ubajara (23.6mm).
As precipitações confirmaram as previsões da Funceme de que haveria
maior chance de ocorrência de chuvas mais intensas na região
Centro-Norte.
A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é o principal sistema
que traz precipitações para o Ceará durante a quadra chuvosa (fevereiro a
maio) permanece afastada da costa cearense. Por isso, houve uma queda
nos índices pluviométricos e na quantidade de municípios banhados pelas
chuvas.
Previsão
Para hoje a amanhã, a Funceme prevê possibilidade de chuva isolada em
todas as regiões do Estado. A quatro dias para o término do terceiro mês
da quadra chuva, abril já registrou, em média, até ontem, 206.6mm. É um
índice acima da média histórica para o período que é de 188mm. O desvio
positivo, de 9.9%, tende a aumentar mesmo com ocorrência de reduzidas
chuvas. Os dados ainda são parciais.
Entre 2010 e 2017, as chuvas em abril estiveram inferiores a 200mm. Da
série, o ano que registrou maior índice no atual mês foi 2011, quando
foram observados 196.9mm. O menor registrou verificou-se em 2012, com
apenas 52.6mm.
Recarga
Outros números mostram que 2018 está bem melhor em comparação com o ano
anterior. Em 25 e abril eram dois açudes acima de 90% (sem incluir os
que transbordavam no período), hoje são oito; 101 reservatórios tinham
volume inferior a 30% e atualmente são 56. "A crise hídrica persiste,
mas houve uma melhoria significativa nas chuvas e nas reservadas
hídricas", pontuou o secretário Executivo da Secretaria de Recursos
Hídricos do Ceará (SRH), Aderilo Alcântara.
Havia uma expectativa inicial de que o Açude Castanhão chegasse a 10%,
mas, com a redução dos índices pluviométricos e a queda no volume dos
rios Salgado e Jaguaribe, durante a segunda quinzena deste mês, ficou
mais difícil alcançar aquele percentual.
As bacias do Acaraú (36,40%), Coreaú (91,35%) e Litoral (77,73%)
apresentam os maiores volumes em comparação com as demais. A Bacia do
Médio Jaguaribe é a que apresenta menor volume (8,14%), seguida do
Banabuiú com 9,22% e Alto Jaguaribe (10,39%).
Aportes
De segunda-feira para terça-feira houve recarga de 2,077 milhões de
metros cúbicos. Foram registrados aportes em 57 reservatórios,
destacando-se os açudes Acarape do Meio, Aracoiaba, Araras, Ayres de
Sousa, Banabuiú, Castanhão, Edson Queiroz, Figueiredo, Frios, General
Sampaio, Jaburu I, Orós, Pedras Brancas, Pentecoste e Taquara. Sete
reservatórios permanecem secos: Broco, Carão, Faé, Favelas, Forquilha
II, Monte Belo e Serafim Dias.
Diário Regional