No 10º de trabalho de buscas nos escombros do edifício Wilton Paes de
Almeida, que desabou no Centro de São Paulo, na semana passada, os
bombeiros dizem que é “muito difícil” a possibilidade de encontrar
desaparecidos vivos.
"Acho muito difícil ter sobreviventes ali", disse o capitão Marcos
Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros sobre achar desaparecidos com
vida no prédio que ruiu após ser atingido por um incêndio na madrugada
do dia 1º de maio.
A declaração foi dada no fim da manhã desta quinta-feira (10) após os
trabalhos de buscas chegarem ao segundo e último subsolo em um dos
pontos da escavação. Até essa quarta-feira (9), o discurso dos bombeiros
era outro e eles diziam que esperavam encontrar desaparecidos vivos nos
escombros.
De acordo com Palumbo, o solo e as lajes estão compactados. “Não há
célula de sobrevivência no local”, disse ele sobre o fato de as
estruturas estarem comprimidas.
“Não tivemos, em nenhum momento, desde esses últimos dois, três dias,
algum ponto ou local de célula de sobrevivência. Estão todos muito
compactados os escombros não havendo nenhuma possibilidade de vida
humana”, declarou o capitão.
Os bombeiros encontraram indícios de ocupação no segundo subsolo do
prédio. “Existiam muitas roupas, fogões, geladeiras que estavam
completamente contorcidos”, disse Palumbo. Até o momento não foram
encontrados vestígios humanos, como corpos, ossos, etc.
Ainda segundo Palumbo, foram desligadas várias ligações clandestinas
durante os trabalhos. “A Eletropaulo desligou 5 pontos de uso irregular
de energia”, disse o capitão. “Por ali passava cerca de 21 mil volts de
energia o que colocava em risco o trabalho dos bombeiros”.
No final da noite desta quarta-feira (9), os bombeiros suspenderam as
buscas por vítimas nos escombros do edifício que desabou após um grande
incêndio há mais de uma semana. Os trabalhos foram interrompidos após um
cabo energizado ter sido encontrado no subsolo.
Bombeiros e funcionários da Eletropaulo passaram parte da madrugada
estudando como remover ou cortar a energia do cabo de luz, que
representaria risco à equipe de resgate. O trabalho foi retomado por
volta das 2 horas.
G1