Em menos de cinco meses, o Ceará já registrou quatro ataques a
carros-fortes, numa média de um por mês. Os assaltos seguidos de
explosões dos blindados já teriam rendido aos criminosos aproximadamente
R$ 5 milhões, segundo informa uma fonte da Segurança Pública. O mais
recente caso ocorreu nesta segunda-feira (7), quando um veículo da
empresa Corpvs foi destruído no Município de Santa Quitéria (a 217Km de
Fortaleza).
O primeiro ataque a carro-forte neste ano no Ceará aconteceu no dia 5 de
fevereiro, na BR-304, em Aracati, no Litoral Leste do estado. Bandidos
fortemente armados explodiram um blindado da empresa Brinks e levaram
todo o dinheiro. O grupo estava armado com fuzis e seria oriundo do Rio
Grande do Norte (RN). A abordagem ao veículo aconteceu na localidade
conhecida como Cacimba Funda, na zona rural de Aracati, já próximo à
divisa dos dois estados. Ninguém foi preso até agora.
O segundo roubo ocorreu na manhã de 23 de fevereiro na rodovia estadual
CE-060, na altura da localidade de Catolé da Pista, na zona rural de
Mombaça (a 293Km de Fortaleza). Agindo de forma violenta, criminosos
conseguiram parar um blindado da empresa Prosegur, forçaram a saída e
fuga dos vigilantes e destruíram o veículo, roubando os malotes que
estavam sendo transportados no cofre do caminhão. Informações
extra-oficiais revelam que mais de R$ 1,5 milhão. Nem a Polícia, nem a
empresa de segurança confirmam tais os valores.
O terceiro ataque ocorreu na tarde do dia 5 de abril, em plena BR-222,
na entrada da cidade de São Luís do Curu (a 79Km de Fortaleza), onde uma
quadrilha explodiu mais um blindado da empresa Brinks. A ação foi
violenta e interditou a estrada por várias horas.
O quarto assalto aconteceu nesta segunda-feira (7), em Santa Quitéria.
Por medida de segurança, a empresa havia deslocado para a região dois
carros-fortes. Ainda assim, os bandidos não se intimidaram e tentaram
parar os dois veículos. NO entanto, a equipe de vigilantes de um deles
conseguiu escapar da emboscada. O outro carro-forte acabou sendo cercado
e seus ocupantes obrigados a deixar o veículo depois de desarmados. A
explosão foi tão forte que o blindado da Corpvs ficou completamente
destroçado
Interestaduais
A Polícia Civil, através da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) trabalha
com a informação de que os bandos responsáveis pelos ataques são
formados por bandidos de vários estados. São, portanto, quadrilhas
interestaduais que, antes do assalto, fazem uma coleta de informações
sobre datas e horários dos transportes dos valores, arregimentam armas
de grosso calibre e artefatos explosivos e, dias ou horas antes do
crime, roubam veículos potentes, geralmente caminhonetes 4×4 para a
emboscada e fuga posterior.
O modo de agir é sempre o mesmo. Os ladrões perseguem os blindados nas
estradas e forçam a parada, muitas vezes, colocando obstáculos na pista,
inclusive caminhões. Ameaçam explodir o blindado após uma saraivada de
tiros de fuzil, o que força os vigilantes a sair do carro e entregar as
armas. O passo seguinte é a detonação dos explosivos e o roubo dos
malotes. Na fuga, incendeiam carros nas estradas para impedir ou
retardar a chegada das viaturas da Polícia.
Ceará News 7