O sistema de monitoramento de redes sociais do Palácio do Planalto
identificou um aumento substancial no fluxo de “fake news” sobre uma
nova paralisação de caminhoneiros a partir de segunda-feira. Para
impedir que o clima de alarmismo se alastre pelo país, o governo
elaborou um plano de segurança e colocou todas as tropas de prontidão. A
ordem é agir rapidamente e desmobilizar qualquer concentração que possa
vir a surgir nas rodovias. Caso seja necessário, a Lei da Garantia e da
Ordem (GLO), em vigor desde 25 de maio, que terminaria na
segunda-feira, dia 4, pode ser ampliada, segundo integrantes do gabinete
de crise.
Embora considere baixo o risco de um novo levante, o governo está
preocupado com a difusão de “fake news” nas redes sociais e em grupos de
WhatsApp e vem investigando autores de vídeos e perfis nas redes
sociais que propagam conteúdo inverídico. São esses canais que
contribuíram para propagar informações falsas e dificultaram o trabalho
das autoridades durante a greve dos caminhoneiros.
O gabinete de crise se reuniu na manhã deste sábado no Planalto e a
avaliação é que, com o fim da greve, o abastecimento se aproxima da
normalidade, com exceção do gás de cozinha que ainda enfrenta alguma
dificuldade no Centro-Oeste. Porém, com a desobstrução do porto de
Santos, a expectativa é que a demanda seja atendida rapidamente. O
Planalto fará uma nova reunião para analisar o cenário na manhã de
domingo.
O risco de uma nova paralisação, segundo fontes do governo, é baixo
porque as empresas de transporte, que sustentaram o protesto, não
embarcarão em uma nova manifestação. A abertura de mais de 50 inquéritos
para investigar empresários do setor, e a aplicação de R$ 339,5 milhões
em multas a transportadoras, além da prisão de empresários, deve, na
avaliação do governo, afastar as transportadoras de novos protestos.
Alguns líderes de entidades que participaram da paralisação inclusive já
gravaram vídeos para serem compartilhados nos grupos de WhatsApp
dizendo aos caminhoneiros que a categoria foi atendida pelas propostas
apresentadas pelo governo do presidente Michel Temer e que o momento é
de retomar o trabalho e normalizar a rotina no país.
Com informações O Globo