Lula nega trapaça na eleição da Rio 2016

 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depôs hoje (5) como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral e disse que não houve trapaça na votação que elegeu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Lula também respondeu, por videoconferência, a perguntas do Ministério Público Federal e do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
"Quem fala que foi trapaça não entende nada de nada e não viveu o que nós vivemos", disse Lula, que afirmou que a candidatura do Rio de Janeiro só poderia ser bem sucedida se houvesse o empenho do governo federal e do Itamaraty.
Lula afirmou que defendeu a candidatura da cidade em todos os eventos oficiais em que participou em outros países e orientou o Ministério de Relações Exteriores a fazer o mesmo. Durante o depoimento, Lula lembrou de compromissos oficiais em que defendeu a candidatura do Rio de Janeiro, como a viagem aos Jogos de Pequim, a campanha antes da votação, em Copenhague, e uma reunião com a União Africana.
"Sem o envolvimento do Brasil como um todo, o Rio de Janeiro não ganharia. O Brasil vivia um momento sensacional e tinha virado um protagonista internacional."
O ex-presidente também respondeu a perguntas da defesa de Carlos Arthur Nuzman, que é réu acusado de participar do mesmo esquema. Lula afirmou que Nuzman era uma figura respeitada internacionalmente. "Não vi nenhuma atitude dele que pudesse desabonar o Brasil ou as Olimpíadas."
Ao responder às perguntas, o ex-presidente criticou a imprensa, afirmando que nem sempre se pode acreditar no que é publicado. Ele afirmou ainda que o Brasil vive um momento de denuncismo. "Eu só lamento que venha uma denúncia de compra de delegado anos depois. Não sei quem fez a denúncia e não quero saber. Como estamos vivendo um momento de denuncismo", disse Lula que foi interrompido pelo juiz Bretas.
Ao final do depoimento, Bretas agradeceu ao ex-presidente pela "postura" e disse que Lula é uma figura importante para o país e para ele próprio. O magistrado disse que participou de um comício com Lula quando tinha 18 anos.
O ex-presidente convidou Bretas a participar de novos atos políticos. "Quando eu fizer um comício, agora eu vou chamar o senhor para participar", disse Lula, que prestou o depoimento vestindo terno e a gravata usada no dia da eleição do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas. "Carrego essa gravata até ela desmanchar".
 
UOL

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