Membro da atual liderança da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), Auricélio Sousa Freitas, o 'Celinho', preso em flagrante na última quarta-feira (11) por policiais militares, pode pegar mais de 100 anos de prisão
por todos os crimes pelos quais responderá na Justiça, informou nesta
quinta (12) o diretor da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP), Leonardo Barreto. Segundo ele, além de ser um dos mandantes da Chacina das Cajazeiras, que resultou na morte de 14 pessoas
em janeiro deste ano, Celinho também é acusado por organização e
associação criminosa, uso de documento falso e diversos outros delitos.
"Além de responder por associação e organização criminosa, além de
diversos homicídios consumados e tentados, na eventualidade da Chacina
das Cajazeiras, ele foi flagranteado usando documento falso. Assim,
responderá a dois processos e pode pegar mais de 100 anos pelos crimes
cometidos", informou o delegado.
Um dos principais fundadores da GDE, Celinho possui uma extensa ficha
criminal, que inclui, ainda, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de
fogo. Ele, inclusive, também é suspeito de expulsar dezenas de famílias das suas casas, na comunidade 'Babilônia'.
Conforme a polícia, Celinho foi abordado por volta de 19h, na Avenida
Desembargador Moreira, bairro Dionísio Torres, em Fortaleza, quando
trafegava em um Corolla, cor preta, blindado. A prisão foi realizada por
uma equipe do Comando Tático Motorizado (Cotam), que informou que ele
apresentou um documento com a sua foto e o nome falso de Luis Carlos
Domingos da Silva.
Por já saberem de quem se tratava, os agentes realizaram a prisão e apreenderam R$ 3.225,00 em espécie, valor que foi recolhido, no mesmo dia, por Auricélio no bairro Barroso, provavelmente oriundo do tráfico de drogas.
Inquérito concluído
No último mês de maio, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS) divulgou que investigação relacionada ao episódio das
'Cajazeiras' estava finalizada, mas as buscas seguiam aos acusados. Além
de Auricélio Sousa Freitas, o inquérito apontou que outros membros da
facção ordenaram e organizaram o ataque ao Forró do Gago, são eles:
Deijair de Sousa Silva, Noé de Paula Moreira, Misael de Paula Moreira e
Zaqueu Oliveira da Silva.
Deijair foi preso no dia 19 de fevereiro deste ano; Noé já estava
recluso no Instituto Penal Professor Olavo Oliveira (IPPOO II); Zaqueu
foi capturado no Conjunto Ceará, no último 24 de maio; e Misael Moreira acabou detido pela PM, no bairro Parangaba, há uma semana.
"Com a prisão do Auricélio, concluimos definitivamente o inquérito
sobre a Chacina das Cajazeiras, elucidando, assim, diversos crimes
bárbaros cometidos naquele dia. Fizemos nosso dever constitucional de
identificar, prender e colocar à disposção do poder judiciário todos os
responsáveis pelo crime", conclui Leonardo Barreto.
Diário do Nordeste