Quatro auditores do Ministério Público do Trabalho (MPT)
encontraram onze operários da construção civil vivendo em condições
análogas ao trabalho escravo, nesta quarta-feira (11) em Fortaleza.
Eles trabalhavam em uma construtora e iam durante a noite para um
prédio abandonado na Avenida Rogaciano Leite, apenas para dormir, após
jornadas de 10 horas de trabalho.
Os homens eram destacados para obras, reformas ou construções ao redor da cidade, recebendo de 1 a 2,5 salários mínimos. No apartamento abandonado, dormiam em redes em locais improvisados.
Um vigia é garantido pela gerência da empresa. Ele trabalha de 6h da manhã às 18h e também dorme no prédio. A água e a energia também
são assegurados pela construtora, mas relatos de um dos moradores dão
conta de que ambos os serviços caem com frequência.
Há pelo menos sete anos esses trabalhadores
viviam desta maneira. Eles, advindos de locais como Beberibe, Aracoiaba e
Baturité, não tinham como pagar aluguel e retornavam aos interiores às
sextas.
O Ministério do Trabalho se reuniu com a empresa envolvida e agora
trabalha na questão dos direitos e verbas rescisórias que os operários
vão receber, referentes ao sete anos de trabalho, além de três parcelas de seguro desemprego concediso especialmente a este caso.
Lá, o que permanece é apenas a sujeira, os entulhos, por funcionar como
uma espécie de depósito de materiais inutilizados da empresa. Foto:
Natinho Rodrigues
Diário do Nordeste