Contratado pelo Instituto Todos Pela Educação e pelo Itaú Social, o Ibope realizou 2.160 entrevistas entre 16/3 e 7/5 de 2018.
Metade dos
professores brasileiros não recomenda a própria profissão por
considerá-la desvalorizada, de acordo com pesquisa divulgada nesta
segunda-feira (30). Os dados são da pesquisa “Profissão Docente”,
iniciativa do Todos Pela Educação e do Itaú Social realizada pelo Ibope
Inteligência em parceria com a Conhecimento Social.
O levantamento entrevistou 2.160 professores da Educação Básica das
redes públicas municipais e estaduais e da rede privada de todo o país. A
amostra respeitou ainda a proporção de docentes em cada rede, etapa de
ensino e região do País, segundo os dados do Censo Escolar da Educação
Básica (MEC/Inep).
“Mais do que desafios, os resultados da pesquisa revelam oportunidades
para a valorização docente que são factíveis e podem ser alcançadas em
um período de curto e médio prazo, uma vez que a Educação seja, de fato,
prioridade na gestão, e o professor seja entendido como ator central de
um projeto de educação”, afirma Priscila.
De acordo com a pesquisa, dois terços dos entrevistados são mulheres, com média de 43 anos de idade e 17 de carreira.
De acordo com o estudo, os fatores de decisão pela carreira indicam
principalmente uma escolha consciente, relacionada mais ao prazer por
ensinar e transmitir conhecimento, mas para pouco mais de um terço dos
entrevistados foi também uma questão de falta de outras opções.
Entre os entrevistados, 49% dos entrevistados "certamente não
recomendariam" a profissão para um jovem. Entre algumas das palavras
mais usadas pelos professores para as razões de recomendação ou não da
profissão docente, se destacam as relacionadas à não recomendação, como a
valorização, o salário e o reconhecimento.
Segundo
a pesquisa, os professores entendem que é papel da Secretaria de
Educação oferecer oportunidades de formação continuada (76%), mas não
concordam que os programas educacionais como um todo estão bem alinhados
à realidade da escola (66%). Apontam ainda que falta um bom canal de
comunicação entre a gestão e os docentes (64%), e que não há
envolvimento dos professores nas decisões relacionadas a políticas
públicas (72%). Também consideram aspectos ligados à carreira mal
atendidos, como o apoio à questões de saúde e psicológicas (84%), e o
salário (73%).
Em média, a renda pessoal verificada foi de R$ 4.581,40 (4,8 salários
mínimos). Ainda segundo o levantamento, quase um terço dos professores
afirmaram realizar algum tipo de atividade para complementar sua renda,
principalmente na rede particular e no ensino médio. Em média, o
incremento na renda é de R$ 439,72.
G1