O candidato a presidente da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, negou
nesta quarta-feira (29), em entrevista ao Jornal Nacional, que os
presídios de São Paulo – estado governado por ele durante 11 anos –
sejam controlados por facção criminosa. Alckmin foi o terceiro
entrevistado da série do JN com presidenciáveis.
Indagado sobre a facção que atua nos presídios paulistas, Alckmin disse
que essa organização criminosa não controla as cadeias e negou que a
redução da taxa de homicídios no estado tenha como causa uma
determinação dos chefes do crime.
"A maior facção criminosa do Brasil, nascida em São Paulo, com seus
líderes ou chefes presos em São Paulo, continua operando, se expandido,
pelo Brasil e fora do Brasil, e não tem comando de dentro das cadeias?",
indagou o jornalista William Bonner.
"Não tem, não tem, não tem. Nós temos scanner, controle, penitenciária de segurança máxima antes do governo federal", afirmou.
"Isso aí [a afirmação de que chefes do crime controlam as cadeias] são
coisas que vão sendo repetidas e acabam virando verdade", declarou o
presidenciável.
A jornalista Renata Vasconcellos confrontou o candidato com a
interpretação de especialistas em segurança para a redução dos
homicídios no estado.
"A queda na taxa de homicídios, muitos especialistas que estudam o
assunto dizem que ela se deve mais ao fato de essa facção criminosa ter
eliminado os rivais, dominado o crime no estado, do que propriamente à
ação da polícia. O senhor refuta essa análise?", indagou Renata
Vasconcellos.
O presidenciável atribuiu a redução dos homicídios à ação da polícia e
chamou de "inacreditável" a tese que os homicídios diminuíram por
determinação da facção criminosa.
“É inacreditável alguém dizer que 10 mil pessoas deixam de ser mortas
por ano e que a culpa disso, ou melhor, a proposta disso é o crime que
fez. É a polícia que fez”, declarou.
O candidato prometeu "cana dura" para criminosos e disse que, se eleito,
pretende mudar a Lei de Execução Penal e acabar com as chamadas
"saidinhas", concedidas em datas comemorativas por ordem de juízes.
G1