O candidato à presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou que não
descarta a possibilidade de acabar com a total gratuidade nas
universidades públicas. Em sabatina promovida pela Globonews nessa
quinta-feira, o tucano disse que a questão, em especial a alternativa de
cobrar mensalidade de alunos mais ricos, está sendo estudada por sua
equipe. Ele ainda defendeu a cobrança nos cursos de pós graduação.
— O primeiro caminho é cobrar a pós-graduação, a não ser para quem
precise de bolsa. O Brasil não investe pouco, é 6% do PIB em educação, o
que precisa é ter uma melhor gestão. Pode ser discutido o pagamento por
alunos mais ricos. Não temos nada fechado sobre isso, há um grupo
estudando essa questão, você pode estabelecer uma faixa de alunos mais
ricos que paguem mensalidade. Acho que é um tema a ser aprofundado, não
descarto não — explicou Alckmin.
Na sabatina, a jornalista Miriam Leitão lembrou que São Paulo, apesar de
liderar o IDEB, não alcançou as metas estabelecidas pelo Ministério da
Educação. Para se defender, Alckmin citou medidas como triplicar as
vagas em escolas de tempo integral e a construção da “maior rede de
escolas técnicas da América Latina”.
O tucano disse que, se for eleito presidente, vai investir na Educação Básica e na valorização dos professores.
— Ainda não atingimos toda meta na educação infantil do país. Acho que a
reforma do ensino médio foi boa, mas a Educação básica não é 30% do
orçamento do Ministério. Além disso, vou valorizar a formação do
professor.
Alckmin avalia ainda extinguir Ministério do Trabalho
Alckmin afirmou ainda que avalia a extinção do Ministério do Trabalho
caso seja eleito. Durante a sabatina, o candidato defendeu a nova lei
trabalhista aprovada no governo de Michel Temer (MDB). Questionado, ele
não detalhou se
— Imposto sindical é absurdo. O Brasil tem 17 mil sindicatos, 11,5 mil
sindicatos de trabalhadores e 5,7 mil sindicatos patronais. (O imposto)
não voltará, nós somos contra. (…) Aí que foi que eu entrei em extinguir
o Ministério do Trabalho, que é uma ideia que nós estamos amadurecendo.
Um governo deve sair o máximo que ele puder. Esse é um assunto dos
trabalhadores [a manutenção dos sindicatos]. Como fazerem o seu
sindicato, a sua representação poder ter meios de subsistência? É um
assunto deles, dos trabalhadores, eles que vão decidir —, afirmou o
candidato.
Desde novembro de 2017, quando a reforma trabalhista entrou em vigor,
muitos sindicatos continuaram cobrando o imposto sindical por meio de
liminares obtidas na Justiça. Em maio de 2018, eram mais de cem decisões
favoráveis à cobrança, segundo levantamento da central dos sindicatos
brasileiros. Em junho deste ano, o Supremo, por seis votos a três,
manteve o fim do imposto sindical.
O Globo