Entre as tendências observadas na edição deste ano do Anuário Brasileiro
da Segurança Pública, divulgado nessa quinta-feira, está o crescimento
no número de mortes de mulheres, incluindo feminicídios crimes motivados
pela vítima ser do sexo feminino. Aumentaram ainda os dados de estupros
e violência doméstica. Em 2017, pelo menos 4.539 mulheres foram mortas.
Em 2016, tinham sido 4.245, um crescimento de 6,1%. Os feminicídios,
todavia, aumentaram 24,8%, saindo de 929 para 1.133.
E o Ceará aparece nas primeiras posições do ranking. Foi o terceiro em
assassinatos de mulheres divididos por 100 mil habitantes. A média
proporcional foi de 7,6, menor apenas que Acre (8,4) e Rio Grande do
Norte (8,3). O Estado, no entanto, não disponibiliza quantas dessas
mortes foram feminicídio.
Ao lado da reconfiguração do crime organizado e da falta de coordenação
entre os entes responsáveis pela segurança pública, Renato Sérgio de
Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública,
destaca o aumento doa crimes contra a mulher como um dos movimentos mais
perceptíveis na violência no País. Para ele, trata-se da violência
historicamente mais constante no País. “Os números falam por si, mas,
quando olhamos para o contexto, essa violência está tão disseminada que
não mais nos indigna”, diz.
Ao todo, o Brasil registrou, no ano passado, 60.018 estupros, além de
outras 5.997 tentativas. Já casos de lesão corporal contra mulheres
foram 193.482. O Ceará responde por 1.755 estupros e 111 tentativas. Já
violências domésticas foram 5.644 casos.
O estudo da FBSP traz ainda outros indicadores de criminalidade no País,
como apreensão de armas, investimento em segurança, números de presos e
roubos.
(O POVO)