O candidato à Presidência pelo
PDT, Ciro Gomes, divulgou no final da noite desta segunda-feira (27), o manual
do programa 'Nome Limpo', que pretende estimular a renegociação de dívidas de
pessoas físicas. A cartilha, disponível no site da campanha, foi 'dada' horas
antes de presente ao apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, durante a
sabatina do pedetista. Depois, o pedetista repetiu o gesto com os jornalistas
presentes na entrevista realizada pelo Jornal das 10, da GloboNews.
A cartilha tem doze páginas e
mostra em sete passos os objetivos do programa e as propostas do candidato. Boa
parte do conteúdo já havia sido apresentada por Ciro em sabatinas, entrevistas,
debates e atividades de campanha. O material ressalta um dos principais
objetivos da campanha do pedetista: impulsionar a recuperação econômica
destravando a via do consumo das famílias.
O manual reitera que o
beneficiário do programa é aquele cujo nome foi incluído em birôs de crédito,
como SPC e Serasa, até 20 de julho, data em que Ciro apresentou a proposta pela
primeira vez.
A ideia, segundo o material de
governo, é baixar a dívida em até 70%. De acordo com a campanha de Ciro, a
dívida média vai cair de R$ 4,2 mil para R$ 1,4 mil, valor que poderá ser
parcelado via bancos públicos (Caixa e Banco do Brasil) ou outras instituições
financeiras que aderirem ao projeto.
O texto explicita qual o papel do
governo no programa. "O Governo tem a capacidade de organizar uma
negociação coletiva, em nome de milhões de pessoas, o que facilita a negociação
e torna mais rápida a solução do problema", diz o material, que explica
também que a dívida poderá ser parcelada, e não quitada à vista como ocorre na
maioria dos feirões de renegociação dos programas de proteção ao crédito.
O manual ressalta ainda que o
Programa 'Nome Limpo' vai organizar os devedores em grupos de cinco a dez
pessoas, que se responsabilizam umas pelas outras. O governo não arcaria,
portanto, com a inadimplência, se ela vier a ocorrer. "É o sistema de Aval
Solidário. Se uma pessoa do grupo não pagar a sua prestação, os outros membros
se responsabilizam pelo pagamento", diz o texto, exaltando a experiência
do Crediamigo, do Banco do Nordeste.
Polêmica
Na entrevista, ao ser questionado
da viabilidade da proposta, Ciro entregou a Bonner a cartilha e repetiu que
"vai tirar 63 milhões de pessoas do SPC".
O pedetista ironizou ainda o fato
de outros candidatos terem propostas parecidas com a dele. "Hoje o
(Henrique) Meirelles aderiu a ele", disse, em referência ao programa de
refinanciamento. Mais cedo, em entrevista, o candidato do MDB disse que estuda
proposta semelhante para que pessoas saiam da "bola de neve" da
dívida.
Como o Broadcast Político mostrou
neste domingo, a equipe de redes sociais de Ciro deve iniciar nos próximos dias
uma ação nas redes sociais, na qual dirá que outros candidatos copiam as
propostas dele.
Estadão Conteúdo