Uma mulher
foi atingida por uma bala perdida dentro de um dos maiores hospitais de
Niterói, na Região Metropolitana do Rio, na madrugada deste sábado (11).
De acordo com informações da Polícia Civil, a mulher de 61 anos, que
estava internada no terceiro andar do Hospital Santa Martha, no bairro
Santa Rosa, foi atingida no rosto.
A paciente estava internada da unidade particular há 18 dias para ser
submetida a uma cirurgia de vesícula. De acordo com o filho da vítima, a
mãe estava internada para fazer diversos exames pré-operatórios.
"Ontem teve muito tiro, barulho de baile, fogos, tudo misturado. De
repente, um estouro bem forte, cada vez mais perto e eu fui para o
corredor do hospital. A nossa janela do quarto é virada para o morro.
Quando eu chego no corredor do hospital, tinha uma moça sentada no chão
chorando. Eu perguntei para ela o que aconteceu, abaixei, abracei ela e
ela só falava: ‘minha mãe, minha mãe, minha mãe!’. Chamei a enfermeira
para ver o que tinha acontecido e a mãe dela estava com um tiro no
olho”, disse uma paciente que estava no quarto ao lado da mulher que foi
baleada.
A Polícia Militar informou que homens do 12º BPM (Niterói) realizaram
uma operação na comunidade Souza Soares, que fica próxima do hospital,
na madrugada.
Segundo parentes, a paciente baleada passou por uma cirurgia, está em
estado grave, mas estável. Porém, corre o risco de perder a visão de
pelo menos um dos olhos. A bala entrou por baixo do olho direito, ficou
alojada na parte de trás da cabeça e ainda não foi retirada, pois os
médicos estão fazendo exames específicos, já que há muitos coágulos na
região.
Segundo o filho da vítima, apesar de estar lúcida, a mãe ainda não tem
noção do que aconteceu. "Minha irmã, que estava com ela no quarto, ao
ouvir o tiroteio levantou e foi para a janela. Aí, minha mãe pediu pra
que ela saísse da janela e se abaixasse. Quando minha irmã se virou,
minha mãe estava ferida. Ela foi socorrida prontamente e agora estamos
aguardando para ver o que vai acontecer", disse o filho que ao chegar ao
hospital às 6h, encontrou policiais periciando o quarto.
A mãe é auxiliar de serviços gerais numa queijaria em Maricá, onde
mora. O filho, que mora no Fonseca, em Niterói, disse que está recebendo
todo o apoio dos médicos e que não vai entrar com processo contra o
hospital.
"Se fizer alguma coisa vai ser contra o estado. A gente não tem
segurança mais em lugar nenhum. Como vou votar em alguém se não tenho
certeza de que vou acabar vivo? O estado tinha de garantir a nossa
segurança. É revoltante", disse o filho que não pretende transferir a
mãe de hospital.
O caso foi registrado na 77ª DP (Icaraí), que vai apurar de onde partiu o tiro que atingiu a paciente dentro do hospital.
G1