Após o ataque à agência do Banco do Brasil, em Farias Brito, no
Cariri, na quinta-feira (13), os moradores sentem na pele o drama de não
terem mais agência bancária. Com isso, eles precisam se deslocar a
outras cidades para realizar transações bancárias. Somente em 2018, 30
instituições financeiras foram atacadas no Ceará, informa a Jangadeiro FM.
O prédio que ficou totalmente destruído com o impacto das explosões era a única agência do Banco do Brasil em Farias Brito.
De acordo com a polícia, cerca de 15 homens fortemente armados com
fuzis e escopetas sitiaram a cidade, na madrugada desta quinta-feira,
para roubar o dinheiro e destruir o banco. A quadrilha fugiu e até o
momento não foi presa, segundo a secretaria da segurança do Ceará.
Dor de cabeça para os clientes da agência, que agora têm que viajar
para outras cidades, como Várzea Alegre e Crato, a mais de 450 km de
distância, gastando dinheiro que, muitas vezes, não têm no bolso.
“Não tô podendo sacar, depositar, fazer nada. A cidade morreu, a
gente vai pra Várzea Alegre. De certa forma, a população fica
prejudicada, né? Porque a gente fica sem ter como fazer a movimentação
bancária. Praticamente a cidade tá sem movimentação financeira”, disse
uma moradora.
38 municípios cearenses estão com dificuldades no atendimento
bancário, prejudicando cerca 750 mil cearenses, segundo o Sindicato dos
Bancários. Conforme o presidente da instituição, Bosco Mota, para evitar
novos ataques alguns bancos funcionam sem dinheiro nos cofres.
“A gente fica com as mãos amarradas. Em Madalena e Assaré estão sendo
reconstruídas e vão funcionar sem dinheiro. Tá funcionando só com o
dinheiro que os comerciantes depositam. Eles botam na máquina e vão
pagando as pessoas. Algumas cidades, se botar o dinheiro, no outro dia é
explodido de novo”, contou Bosco Mota.
Em média, 200 bancários estão sem lugar fixo para trabalhar, segundo o
sindicato dos bancários do Ceará. Das agências atacadas este ano, 11
são do Banco do Brasil e 15 do Bradesco.
Tribuna do Ceará