ANGELO CARCONI/EPA
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O papa Francisco apelou este
sábado a ações concretas de proteção da água que evitem extensões inertes de
plástico flutuante nos oceanos, e apelou a que os mares sejam um local de
encontro de pessoas, e não de separação.
Na mensagem para o Dia Mundial de
Oração pelo Cuidado da Criação 2018, o papa defendeu que não se pode “permitir
que os mares e oceanos se preencham com extensões inertes de plástico
flutuante”.
O pontífice apelou à proteção do
“bem inestimável” que é a água, lembrando que essa é uma “responsabilidade
imperiosa, um desafio real” e que, “infelizmente”, muitos esforços têm
desaparecido devido à “falta de regulamentação e de controlos efetivos”,
especialmente quanto à proteção dos mares além-fronteiras.
O papa pediu também que se reze
para que as águas “não sejam um sinal de separação entre os povos, mas de
encontro” e para que sejam protegidas as pessoas que “arriscam as suas vidas” à
procura de um futuro melhor.
A Organização das Nações Unidas
(ONU) lançou em 2017 a campanha internacional ‘Clean Seas’, envolvendo
governos, setor privado e a sociedade civil numa solução para o problema do
plástico marinho.
Segundo dados do Eurostat de
2015, os portugueses consomem uma média de plásticos superior à dos restantes
europeus, com cada português a produzir uma média de 36 kg de plástico por ano,
representa mais 5 kg do que a média europeia.
No total, Portugal produz quase
370 toneladas de plástico anualmente, enquanto o conjunto da Europa é
responsável por 58 milhões de toneladas.
Em janeiro deste ano, a União
Europeia lançou a Estratégia Europeia para os Plásticos com o objetivo de, até
2030, tornar reutilizáveis todas as embalagens de plástico no mercado, reduzir
o consumo de plásticos descartáveis e restringir a utilização de
microplásticos.
Estima-se que 10% dos plásticos
produzidos no mundo terminem nos oceanos e que 60 a 80% do lixo marinho sejam
plásticos.
Agência Lusa