A jovem Francine Maria tem um dom
artístico voltado para a cultura nordestina. Apesar da pouca idade, já declama
e toca vários instrumentos musicais
A pequena Francine Maria, na sua
residência, ao lado de diversos instrumentos musicais, os quais ela toca com
perfeição. (Foto: Maristela Gláucia)
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Francine Maria, de 11 anos, é
apaixonada pela cultura nordestina. A busca por conhecimentos sobre essa
temática faz a rotina da garota ser diferente de outras meninas da mesma idade.
Moradora de Ibiapina, na Serra da
Ibiapaba, cidade de 24.555 habitantes, Francine começou a se interessar em
aprender tudo que está ligado à cultura do Nordeste aos 7 anos de idade. O
feito foi logo após receber a oportunidade de declamar o poema de Patativa do
Assaré, "A festa da natureza", na praça pública da cidade, durante um
evento de escritores cearenses.
Vídeos
"Eu me senti muito bem vendo
as pessoas me aplaudirem e elogiarem a minha apresentação. E foi a partir daí
que comecei a ver vídeos do Bráulio Bessa, Patativa do Assaré, Ariano Suassuna
e tantos outros artistas do Nordeste", conta com um sorriso estampado no
rosto.
Francine tem revelado dom
artístico na divulgação da essência nordestina através do folclore, costumes,
música, poema, cordel e o cangaço brasileiro. Conhece muito bem a história de
Lampião e Maria Bonita, que atuaram no Cangaço nos anos 40 do século passado e
morreram numa emboscada promovida pela Polícia na gruta de Angicos, em Sergipe.
Afirma que o seu desejo era ter vivido naquela época. A garota declama cordéis,
poemas, toca sax, violão e também sanfona.
Aprendeu tudo praticamente
sozinha vendo vídeos tutoriais na Internet. Se apresenta vestida de Maria
Bonita, figurino que ela mesma escolheu pela admiração que tem pela personagem.
"Gosto de tudo do meu Nordeste, da cultura, da literatura, da dança, da
música..., de tudo mesmo", enfatiza entusiasmada.
Primeiro cordel
Apaixonada por cordéis, além de
declamar, recentemente escreveu seu primeiro cordel homenageando Ibiapina. Os
pais sempre apoiaram os sonhos e anseios de Francine.
Eles só lamentam no Município não
ter a estrutura necessária para a menina desenvolver o potencial como, por
exemplo, uma escola de música. Mas têm esperança que ela consiga realizar todos
os sonhos, até porque ela é muito determinada, sabe exatamente o que quer.
"Meu sonho é seguir a
carreira de artista. Ser uma atriz de novelas, tocar, cantar, dançar, enfim,
subir nos palcos pelo País divulgando a cultura do meu Nordeste que é tão
bonita e rica, mas muitas vezes discriminada".
Diário do Nordeste