O Tribunal Superior Eleitoral rejeitou, nesta quinta-feira, o pedido do senador eleito Cid Gomes (PDT) contra a veiculação de imagens de seu desabafo
contra o PT, realizado na última segunda-feira em Fortaleza, na
propaganda do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). O ex-governador do
Ceará alegou que a campanha do capitão reformado do Exército não poderia usar imagens dele
no horário eleitoral gratuito. O caso foi julgado pelo ministro Luis
Felipe Salomão, do TSE, que não reconheceu a "legitimidade" de Cid para
requisitar a retirada da propaganda.
"A pretensão do representante – que foi candidato ao cargo de Senador
da República, eleito pelo Estado do Ceará nas Eleições 2018 – é a
suspensão da propaganda eleitoral veiculada em bloco, no horário
gratuito, em 16.10.2018, ao argumento de que os representados utilizaram indevidamente sua imagem
e seu discurso fora de contexto, em ofensa ao art. 54, parágrafo único,
da Lei no 9.504/1997, empregando, inclusive, meios publicitários
destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados
mentais, emocionais e passionais. No entanto, observada a devida vênia,
constato, de plano, a ilegitimidade da parte autora para propor esta representação", escreveu Salomão em seu despacho. O Ministério Público Eleitoral foi informado oficialmente da decisão de Salomão.
Na última segunda-feira, em um ato pró-Haddad, em um hotel de Fortaleza, Cid atacou o
PT, cobrou mea-culpa pelos erros cometidos em governos do partido e
chegou a discutir com militantes. "Sem mea-culpa, o PT merece perder".
Ontem, o ex-governador gravou um vídeo declarado voto em Fernando Haddad (PT).
No próximo sábado, o petista vem a Fortaleza para um ato de campanha, na reta final da corrida presidencial. O episódio de segunda foi mais um capítulo das
instabilidades da aliança entre PT e os Ferreira Gomes. O PDT anunciou
depois do primeiro turno apenas um "apoio crítico" a Haddad.
O Ceará foi o único estado do País onde Ciro Gomes teve mais votos do que Haddad e Bolsonaro. O Nordeste é estratégico para
os dois presidenciáveis neste segundo turno. No próximo final de
semana, além do Ceará, Haddad deve percorrer outros estados da região.
Já Bolsonaro até chapéu de cangaceiro tem usado para demarcar seu território entre os nordestinos.
(Diário do Nordeste)



