O governador Camilo Santana (PT) manifestou preocupação, nesta
sexta-feira, em sua página no Facebook, sobre a decisão do futuro
governo de Jair Bolsonaro de não renovar o Programa Mais Médicos, sob
ameaça de perder os profissionais cubanos. Para ele, o fim dessa
parceria significará “um enorme prejuízo” principalmente na assistência à
população mais pobre do País.
O Ceará conta com 118 municípios que garantem assistência médica com profissionais de Cuba. Confira:
Vejo com muita preocupação a repentina saída dos médicos cubanos do
Programa Mais Médicos, que vem tendo um importante papel de assistência,
sobretudo à população mais pobre do Brasil e do nosso Estado. Isso
deverá causar um enorme prejuízo, principalmente em alguns municípios
onde os médicos cubanos desempenham importante papel nas unidades
básicas de saúde. Não se pode tomar medidas de tamanha relevância e
impacto à revelia de estados, municípios e, principalmente, do povo que é
diretamente atingido.
Governo cubano
O governo de Cuba informou quarta-feira (14) que decidiu sair do
programa social Mais Médicos, citando “referências diretas,
depreciativas e ameaçadoras” feitas pelo presidente eleito Jair
Bolsonaro à presença dos médicos cubanos no Brasil. O país caribenho
envia profissionais para atuar no Sistema Único de Saúde desde 2013,
quando o governo da então presidente Dilma Rousseff criou o programa
para atender regiões carentes sem cobertura médica.
“O Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar
participando do Programa Mais Médicos e assim comunicou à diretora da
Organização Pan-Americana de Saúde [Opas] e aos líderes políticos
brasileiros que fundaram e defenderam a iniciativa”, diz a nota do
governo.
O comunicado não diz a data em que os médicos cubanos deixarão de
trabalhar no programa. A Opas disse apenas que foi comunicada da
decisão, sem dar mais detalhes.
Diário do Nordeste