Com cirurgia adiada, Bolsonaro verá Mourão assumir a Presidência


O adiamento da cirurgia de retirada da bolsa de colostomia vai alterar alguns planos de Jair Bolsonaro. Ele terá de esperar para cumprir os compromissos de viagem ao exterior e, logo no começo da gestão, terá de ficar internado, com o vice, general Hamilton Mourão, assumindo a Presidência.

O presidente eleito passará pela cirurgia de retirada da bolsa de colostomia somente no ano que vem, após a posse, segundo boletim médico divulgado ontem pelo Hospital Israelita Albert Einstein, onde ele passou por exames.

A estimativa inicial dos médicos era de que a operação pudesse ser realizada já a partir de 12 dezembro, mas o procedimento teve que ser adiado por causa de problemas detectados nos testes, ontem.

Segundo o boletim, "os exames de imagem mostram inflamação do peritônio (membrana que envolve os órgãos do sistema digestivo) e processo de aderência entre as alças intestinais", que ocorre quando tecidos grudam uns nos outros, podendo levar à obstrução do fluxo intestinal.

Por causa das condições encontradas, a equipe médica anunciou que, em reunião multiprofissional, decidiu "postergar a realização da reconstrução do trânsito intestinal". Segundo a equipe que acompanha Bolsonaro, formada pelo cirurgião Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, pelo clínico e cardiologista Leandro Echenique e pelo diretor-superintendente do hospital, Miguel Cendoroglo, o presidente eleito "será reavaliado em janeiro para a definição do momento ideal da cirurgia".
O boletim informou ainda que, apesar dos problemas, o paciente "encontra-se bem clinicamente e mantém ótima evolução". Além dos exames de imagem, Bolsonaro passou ainda por testes laboratoriais e consultas médicas.

No início de novembro, Bolsonaro afirmou que, por conta da cirurgia, a data para a primeira viagem internacional como presidente eleito, que seria ao Chile, ainda não havia sido definida. Não há um novo cronograma sobre a agenda de compromissos no exterior.

A cirurgia de reversão da colostomia não está isenta de riscos. Os mais comuns em procedimentos feitos no sistema digestivo são infecções, fístulas ou obstruções intestinais. Depois da alta, os médicos recomendam mais uma semana de repouso em casa para que, então, o paciente retome atividades profissionais, o que deixaria Bolsonaro apto a participar de reuniões e viagens.
Nesse período fora de combate, Bolsonaro contará com ajuda de seus homens fortes, como o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que se casou na quinta-feira (22),
"Você agora vai ser feliz como eu". Assim Bolsonaro felicitou o amigo e articulador político de 64 anos, deputado do DEM gaúcho, momentos depois de ele ter dito "sim" à personal trainer e assessora parlamentar Denise Veberling, de 38 anos, à beira do Lago Paranoá, em Brasília.

A cerimônia ocorreu no Clube do Congresso, frequentado por parlamentares e servidores. O salão simples foi ornamentado com arranjos de flores em tons pastéis e rosas pela cerimonialista e decoradora Lu Cartaxo. Onyx prometeu retomar a articulação política neste fim de semana e bater ponto na segunda (26), no Centro Cultural do Banco do Brasil, sede do governo de transição. "A gente já fez a lua de mel na semana passada lá em Cambará do Sul", disse o ministro, citando a cidade turística do Rio Grande do Sul.
 
 
 
(Diário do Nordeste)

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