A defesa do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva usará a ida do juiz Sergio Moro para o governo de Jair
Bolsonaro como argumento de que o magistrado agiu politicamente ao condenar
Lula no caso do tríplex no Guarujá (SP).
A decisão de Moro de aceitar o
convite de Bolsonaro será motivo de petições tanto nos recursos do
ex-presidente às instâncias superiores como na ação movida no Comitê dos
Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
"A formalização do ingresso
do juiz Sérgio Moro na política e a revelação de conversas por ele mantidas
durante a campanha presidencial com a cúpula da campanha do presidente eleito
provam definitivamente o que sempre afirmamos em recursos apresentados aos
tribunais brasileiros e também ao Comitê de Direitos Humanos da ONU: Lula foi
processado, condenado e encarcerado sem que tenha cometido crime, com o claro
objetivo de interditá-lo politicamente”, disse o advogado Cristiano Zanin
Martins.
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O juiz Sergio Moro aceitou
convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir Ministério da Justiça
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“É o lawfare [palavra inglesa que representa o uso indevido dos recursos
jurídicos para fins de perseguição política] na sua essência, uma vez que Lula
sofre uma intensa perseguição política por meio do abuso e do mau uso das leis
e dos procedimentos jurídicos. A Defesa tomará as medidas cabíveis no plano
nacional e internacional para reforçar o direito de Lula a um julgamento justo,
imparcial e independente”, acrescentou.
Convite a Moro
Moro anunciou nesta
quinta-feira (1º) que aceitou o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro,
para ser ministro da Justiça. O magistrado disse que se afasta de imediato da
13ª Vara Federal de Curitiba, onde conduzia a Lava Jato. Ele deverá comandar
uma superpasta, sendo responsável também pela área de Segurança Pública e por
diferentes órgãos de fiscalização federais.
Lula está preso na
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde 7 de abril, após ter sido
condenado por Moro no caso do tríplex no Guarujá (SP). A condenação foi
confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que impôs uma
pena de 12 anos e um mês de prisão.
Agência Brasil