A Organização das Nações Unidas
(ONU) estabelece que a taxa “ideal” de doadores de sangue por país seja de 3 a
5% da população (com idade apta - 16 a 69 anos). No Ceará — e no Brasil — o
número chega apenas a 1,8%. Por isso, a campanha do Centro de Hematologia e
Hemoterapia do Ceará (Hemoce) de 2018, faz um pedido: “Multiplique, Doe
Sangue”.
No primeiro semestre deste ano, o
Hemoce recebeu 50 mil bolsas de sangue. De acordo com o Centro, a quantidade é
suficiente para manter o estoque e atender as 450 unidades de saúde no Ceará.
Em 2017, foram doadas 105.936 bolsas de sangue, sendo 41% de voluntários
regulares, ou seja, quem mantém o gesto constantemente.
“A gente percebe ao longo dos
anos um crescimento de doadores no Estado, porém esse número ainda é muito pequeno.
Mas a gente percebe que a população está mais consciente, e (aumentar o número
de doadores) é um trabalho de médio a longo prazo”, comenta a coordenadora de
captações do Hemoce, Nágela Lima.
O comportamento dos doadores
podem ser analisados de duas maneiras: "regulares", aqueles que
mantém o gesto constantemente; e "repositores", quem doa quando
alguém próximo (seja parente, amigo etc.) precisa da doação. De acordo com o
Hemoce, a maioria das pessoas que doam sangue no Ceará é voluntária — cerca de
90% do total.
Conscientização
Os desafios para ampliar a
quantidade de doadores esbarra, principalmente, nos mitos e boatos acerca do
ato. “Apesar de todas as campanhas, ainda falta informações nas pessoas, ainda
existe mitos sobre a doação. Como por exemplo, pessoas que acham que doar afina
ou engrossa o sangue”, completa Nágela.
Por isto, nesta segunda-feira
(19), o Hemoce deu início à Semana do Doador de Sangue, que segue até o próximo
dia 25 de novembro, data que marca o Dia Nacional do Doador de Sangue. E no dia
23, é comemorado o aniversário de 35 anos do hemocentro cearense.
A semana desse ano tem como
objetivo homenagear os doadores e parceiros, voluntários na mobilização de
incentivo e captação de doadores, e também sensibilizar a população para a
doação de sangue como uma prática regular.
A coordenadora ainda revela
práticas que tem ajudado a descentralizar a coleta e aumentar a quantidade de
sangue doado. “Ir ao encontro da população, levar o Hemoce às comunidades tem
sido algo que vem quebrando barreiras. Melhorou muito, em termos de captação,
pode ir às empresas, às escolas. Favoreceu muito o aumento das doações”,
finaliza Nágela Lima.
Diário do Nordeste