O Partido dos Trabalhadores e o PSOL anunciaram nesta sexta-feira (28)
que irão boicotar a cerimônia de posse do presidente eleito, Jair
Bolsonaro (PSL), marcada para o dia 1º de janeiro. Será a primeira vez
em que representantes do PT não estarão presentes a uma posse
presidencial desde a redemocratização.
Em nota assinada pela presidente nacional do Partido dos Trabalhadores,
Gleisi Hoffmmann, e pelos líderes do partido na Câmara e no Senado,
Paulo Pimenta e Lindbergh Farias, respectivamente, a direção petista
explica que a ausência das bancadas na cerimônia de posse no Congresso
Nacional se dá em protesto contra posições de Bolsonaro e em resposta ao
"ódio do presidente eleito contra o PT ".
"Não compactuamos com discursos e ações que estimulam o ódio, a
intolerância e a discriminação. E não aceitamos que tais práticas sejam
naturalizadas como instrumento da disputa política", dizem os petistas.
A cúpula do partido também afirma que as ações de Bolsonaro são
"expressão de um projeto que, tomando de assalto as instituições,
pretende impor um Estado policial e rasgar as conquistas históricas do
povo brasileiro".
"O resultado das urnas é fato consumado, mas não representa aval a um
governo autoritário, antipopular e antipatriótico, marcado por abertas
posições racistas e misóginas, declaradamente vinculado a um programa de
retrocessos civilizatórios", ataca a cúpula do partido.
Por fim, Gleisi Hoffmann , Paulo Pimenta e Lindbergh Farias afirmam que o
Partido dos Trabalhadores "seguirá lutando" para "aperfeiçoar o sistema
democrático e resistir aos setores que usam o aparato do Estado para
criminalizar adversários políticos". "Fomos construídos na resistência à
ditadura militar, por isso reafirmamos nosso compromisso de luta em
defesa dos direitos sociais, da soberania nacional e das liberdades
democráticas", finaliza a nota.
Pelo Twitter, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, informou
que a bancada do partido também irá boicotar a posse presidencial. "Como
prestigiar alguém que despreza os direitos humanos, promete colocar o
Brasil de joelhos diante dos EUA e destruir os direitos sociais? Não
vamos à posse. Nossa resistência já começou", escreveu.
A cerimônia de posse de Bolsonaro terá início às 15h do dia 1º, na
Catedral de Brasília. O evento deve receber até 500 mil pessoas na
Esplanada dos Ministérios e terá esquema de segurança máxima inédito no
Brasil, devido aos temores justificados por repetidas ameaças ao capitão
reformado e pelo ataque a faca sofrido por Bolsonaro em Juiz de Fora
(MG).
IG