A sonda espacial chinesa Chang'e 4 pousou, nesta quinta-feira (3), no
lado oculto da Lua — a parte do satélite que não é visível da Terra.
Segundo a Administração Nacional Espacial da China, é a primeira vez na
história que este pouso é realizado. As informações são das agências de
notícias EFE, Associated Press, e da Rede Global de Televisão da China
(CGTN, em inglês).
A nave, que tem um módulo e um 'rover' — veículo de exploração espacial
— deve estudar a composição mineral, o terreno, relevo e a manta da
superfície lunar, a camada abaixo da superfície. Também deve realizar
observações astronômicas por meio de baixas frequências de rádio, a
chamada radioastronomia.
"O lado oculto da Lua é um raro lugar calmo, que está livre da
interferência de sinais de rádio vindos da Terra", afirmou o porta-voz
da missão, Yu Gobin, segundo a agência de notícias estatal Xinhua News.
"Essa sonda pode preencher o vazio de observação de baixa frequência na
radioastronomia, e irá fornecer informações importantes para estudar a
origem das estrelas e da evolução da nébula [solar]"
A alunagem [aterrissagem na superfície lunar], realizada às 0h26
(horário de Brasília), "abriu um novo capítulo na exploração humana da
Lua", afirmou a agência espacial chinesa. O local exato do pouso foi a
cratera Von Karman, no polo sul lunar, que tem 24 mil quilômetros de
largura e 13 quilômetros de profundidade. Segundo a AP, cientistas
chineses acreditam que pousar nessa cratera possibilitaria coletar novas
informações sobre a manta da Lua.
(G1)