O ex-ministro Ciro Gomes cobrou do presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira, explicações sobre escândalos de corrupção que batem á porta do governo nas últimas semanas. Essa foi sua reação ao ser indagado sobre a exoneração de Gustavo Bebianno da secretária-geral da Presidência da República. Gustavo Bebianno caiu por estra envolvido em candidatura “laranjas” do PSL.
Segundo Ciro Gomes, que foi candidato a presidente pelo PDT, o que está
em jogo é o “padrão moral” que Bolsonaro prometeu em campanha, quando
adotou a postura de “chibata moral” da Nação.
“Se ele (Bolsonaro) era a chibata moral da Nação, agora o que tem que
ser explicado concretamente é a extensão desse laranjal que envolve o
filho dele, senador Flávio Bolsonaro (PSL-Rio), o cheque do Queiroz
(motorista) – de R$ 25 mil, para a primeira-dama e o alegado empréstimo
que Bolsonaro teria feito com Queiroz e a ligação dele com as milícias”,
cobrou o ex-ministro.
Indagado se teria encerrado a trégua que dera, no começo da gestão
Bolsonaro, quando apregoou oposição vigilante em nome da governabilidade
do País, Ciro reagiu: “Não. Pra mim não existe trégua. O que existe é
que ele, tendo tido a maioria dos votos, tem direito de tomar pé do
governo. Agora tem jornalista pentelho que fica perguntando pra gente
fora de hora e a gente tem que responder (risos).”
Ciro, que liberou o deputado federal Mauro Filho (PDT) para expor à
equipe de Bolsonaro a sua proposta de reforma da Previdência quando foi
candidato a presidente pelo PDT, deixou claro: não vai apoiar a proposta
anunciada pelo governo federal. Essa proposta será entregue pelo
próprio presidente ao Congresso nesta quarta-feira.
“Nenhuma chance. Porque ela prejudica os trabalhadores, especialmente os
mais humildes. Não é razoável que uma pessoa que trabalha de gravata
num ambiente de ar-condicionado tenha a mesma idade mínima para se
aposentar de um trabalhador rural do Nordeste. Isso não é razoável e não
vamos aceitar isso em nenhuma hipótese”, assegurou o ex-ministro.
O PDT debaterá hoje, em Brasília, o tema reforma da Previdência com a
bancada federal em Brasília. Ciro e o deputado federal Mauro Filho, este
foi o coordenador do seu plano de governo quando candidato a
presidente, comandarão o encontro, tendo a coordenação do deputado
federal André Figueiredo, líder do PDT na Câmara.
O POVO