O Tribunal de Justiça de Goiás negouo pedido de habeas corpus
feito pela defesa do médium goiano João Teixeira de Faria, o João de
Deus. Denunciado por abuso sexual e por posse ilegal de armas, João de
Deus está preso preventivamente em Aparecida de Goiânia. O pedido negado
pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal diz respeito apenas ao processo a
que o médium responde por manter, em uma de suas residências, em
Abadiânia, uma pistola; três revólveres, um deles com numeração raspada,
e munição.
As armas foram encontradas escondidas em fundo falso montado no armário
de um dos quartos de um dos imóveis alvo de mandados de busca e
apreensão cumpridos por policiais civis no dia 19 de dezembro. No local,
também foram apreendidos R$ 405 mil em dinheiro.
Em seu voto, o desembargador-relator Edison Miguel destacou condições
desfavoráveis para o médium, implicado também em processos de abuso
sexual. Mesmo que obtivesse o habeas corpus no processo relativo à posse
ilegal de armas, ele continuaria preso, pelas outras acusações.
“Ficou demonstrada a gravidade do crime, e a medida se faz necessária e
adequada para a garantia e a manutenção da ordem pública. Por esta
razão, estou revogando os efeitos da liminar e denegando a ordem
prejudicada”, enfatizou o desembargador.
O advogado de Faria, Alberto Toron, antecipou a jornalistas que vai
recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Entendemos que esta
prisão, na linha do que já havia sido decidido pelo desembargador
plantonista, é absolutamente injusta”, afirmou o advogado, sustentando
que a prisão preventiva de João de Deus é uma “espécie de punição
antecipada”.
“Essa ideia não se afina com a prisão preventiva, e vamos insistir nesse
ponto nas instâncias superiores. É preciso separar o joio do trigo. As
circunstâncias já renderam um outro processo contra o senhor João [pelas
acusações de abuso sexual]. Ora, nesse outro processo, foi imposta a
prisão preventiva. Neste, das armas, as razões são específicas. Caso
contrário, o senhor João acabará preso neste processo pelas razões do
outro”, disse Toron.
(Agência Brasil)