Theodore McCarrick foi expulso pela Igreja Católica Apostólica Romana, após denúncias de abusos - REUTERS/Alessandro Bianchi/File Photo |
O Vaticano promoveu hoje (18) uma entrevista coletiva para a imprensa para informar como será o encontro
"A proteção das crianças na Igreja", que discutirá as denúncias de
abusos cometidos por religiosos contra crianças e adolescentes, nos dias
21 a 24. Participarão representantes de conferências epicospais de 130
países e integrantes de grupos de vítimas. O Papa Francisco fará a
abertura e o encerramento do encontro.
O secretário da Congregação para a Doutrina da Fé e membro da
Comissão Organizadora, arcebispo de Malta Charles J. Scicluna, disse que
o silêncio é inaceitável. "A negação é um mecanismo primitivo, mas
devemos nos afastar do código de silêncio, quebrar a cumplicidade,
porque o silêncio não é aceitável".
O arcebispo destacou que, quando se trata de "proteger a inocência",
não é possível desistir. "A Igreja é um lugar seguro para todos,
especialmente as crianças", ressaltou. Segundo Scicluna, "não basta
publicar os números, é preciso um estudo aprofundado para dar um
contexto".
Organização
Pela organização do encontro, os três dias de discussão serão
dedicados a um tema específico: a responsabilidade dos bispos. Os
participantes vão assistir três reportagens por dia seguidas de
perguntas e respostas e trabalhos em grupo.
Haverá ainda testemunhos dos sobreviventes e momentos de oração, na
abertura e no encerramento do dia. O papa Francisco abrirá os trabalhos
com uma introdução e os fechará no domingo com um discurso após a
missa.
O presidente da Fundação do Vaticano Joseph Ratzinger - Bento XVI ,
padre Federico Lombardi, fará reuniões privadas com representantes das
associações de vítimas.
O encontro ocorre dias depois de o papa Francisco expulsar o ex-cardeal e arcebispo emérito de Washington (EUA), Theodore McCarrick, de 88 anos.
(Agência Brasil)