O secretário especial da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou nesta sexta-feira (15), que, pelos dados disponíveis, é possível inferir que ao menos metade das aposentadorias rurais foi concedida a pessoas que não são trabalhadores rurais. Segundo o secretário, reduzir fraudes na concessão de benefícios é um dos objetivos da reforma da Previdência.
Marinho voltou a dizer que a proposta apresentada pelo governo Jair
Bolsonaro economizará R$ 10 bilhões este ano com o combate a fraudes e
em torno doe R$ 20 bilhões ao ano nos anos subsequentes.
"Muitos se apropriam da narrativa de proteger os pobres, quando na
verdade estão protegendo um privilégio", afirmou Marinho, em palestra
durante o seminário "A Nova Economia Liberal", na Fundação Getulio
Vargas (FGV) .
O secretário voltou a defender pontos da reforma proposta, como a
retirada da Constituição Federal das regras previdenciárias. Conforme
Marinho, isso é importante por causa das mudanças demográficas, que
exigirão novos ajustes no futuro. A ideia é evitar que, ao tentar fazer
novas mudanças, "o País não sofra uma crise como estamos vivendo" agora.
Marinho também criticou a oposição dos servidores públicos à proposta de
reforma da Previdência. Para o secretário, isso reflete uma
"desorganização das carreiras de Estado", que permite que os
funcionários públicos cheguem ao topo da carreira com teto de
remuneração, em até sete anos.
Para resolver esse problema, Marinho disse que o governo proporá uma
"reorganização da estrutura organizacional do Estado", após a aprovação
da reforma da Previdência.
O secretário voltou a defender ainda o sistema de capitalização como
modelo para a Previdência no futuro. Segundo Marinho, as regras para o
novo sistema serão propostas pelo governo também após a aprovação da
reforma da Previdência, num Projeto de Lei Complementar (PLC) a ser
enviado separadamente.
Estadão Conteúdo