O garoto foi assassinado há cinco anos, no Rio Grande do Sul, com uma super dosagem de medicamentos injetadoa pela madrasta. Outras duas pessoas também foram condenas pelo crime
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Após cinco anos do assassinato do
menino Bernardo, morto aos 11 anos, quatro pessoas foram condenadas pelo crime.
O julgamento durou cinco dias no Fórum de Três Passos, no interior do Rio Grande
do Sul, cidade onde o garoto era conhecido por perambular com roupas velhas,
com fome e passando dias fora de casa sem que fosse procurado.
Foram condenados o pai do garoto,
o médico Leandro Boldrini, a madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, sua amiga,
a assistente social Edelvânia Wirganovicz, e o irmão da amiga, Evandro
Wirganovicz. A juíza Sucilene Engler leu a sentença decidida pelos sete jurados
às 19h de sexta-feira (15).
A madrasta do garoto teve a pena
mais alta, de 34 anos e sete meses e reclusão em regime inicialmente fechado,
por homicídio doloso quadruplamente qualificado - ou seja, quando a inteção de
matar por motivo fútil, torpe, com meio cruel, e para acobertar outro crime - e
ocultação de cadáver. Além disso, ela não pode recorrer em liberdade.
O pai foi punido com 33 anos e
oito meses de prisão por homicídio doloso quadruplamente qualificado, ocultação
de cadáver e fasildade ideológica. Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele,
recebeu 22 anos e de 10 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado e
ocultação e de cadáver.
Evandro Wirganovicz, irmão da
amiga de Graciele, teve pena de nove anos e seis meses em regime semiaberto por
homicídio simples e ocultação de cadáver.
Julgamento
Durante o júri, o MP leu trechos
de depoimentos sobre Bernardo ser dopado pelo pai sem necessidade e sobre
apanhar "de cinta" da madrasta. Ele não contava sobre a violência
para pessoas próximas e chegou a ir sozinho ao Fórum para pedir por uma nova
família.
Os promotores Bruno Bonamente,
Ederson Vieira e Sílvia Jappe também reproduziram áudios em que Bernardo grita
por socorro, é provocado pelo pai e a madrasta chama sua mãe de
"vagabunda".
Odilaine Uglione, mãe de
Bernardo, foi encontrada morta no consultório de Boldrini em 2010. A avó do
menino morreu em 2017 e desconfiava que a morte de Odilaine não havia sido por
suicídio. Uma testemunha que acompanhou o médico até o enterro de Odilaine
disse que Boldrini se referiu à mulher como "presunto".
A defesa de Leandro alegou que
ele é inocente e que não sabia do crime. O pai reclamou da personalidade do
filho. A madrasta, por sua vez, disse que o menino morreu por ingerir remédios
sozinho. Edelvânia disse que foi pressionada a ajudar a amiga e isentou o irmão
de qualquer participação no crime.
No primeiro dia do julgamento,
duas delegadas relataram ligações telefônicas interceptadas que mostravam que a
estratégia das defesas seria inocentar Leandro para que ele pagasse os custos
do processo dos demais.
No total, 14 testemunhas foram
ouvidas. A principal foi Juçara Petry, moradora da cidade que mais acolheu
Bernardo. Ele chegou a passar 15 dias na sua casa sem que o pai entrasse em
contato com ela.