Um dia após engenheiros do
Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN) registrarem cinco abalos sísmicos no Interior do Ceará o fenômeno voltou
a ocorrer no Sertão Central. Os tremores de terra foram sentidos no início da
manhã desta quarta-feira (20), na localidade de Papa Leite, a pouco mais de 20
Km do Centro de Boa Viagem e na cidade vizinha, Madalena.
O coordenador da Defesa Civil de
Boa Viagem, Ivandir Silva, informou à reportagem do Sistema Verdes Mares que
moradores da comunidade atingida ouviram um forte estrondo, entretanto, nenhuma
gravidade foi confirmada. Os levantamentos estão sendo realizados. A localidade
atingida fica próxima do Açude Fogareiro, na zona rural de Quixeramobim, onde
haviam ocorrido microterremotos na segunda-feira (18).
Praticamente no mesmo horário
confirmado em Boa Viagem, por volta das 7h30, os tremores também foram
relatados por moradores da localidade de Quieto, na zona rural de Madalena, e
em alguns bairros da cidade.
De acordo com o analista de
sismologia da Universidade de Brasília (UNB), Juraci Carvalho, os tremores
desta quarta-feira (20) foram detectados às 7h19, 7h32 e 8h32. O segundo, nos
limites de Boa Viagem com Quixeramobim, foi o mais forte, atingiu magnitude
2,9.
Os engenheiros do LabSis
informaram que os sismos começaram a ocorrer domingo (17) à noite. Foram dois.
O primeiro, por volta das 22h20, atingiu
magnitude 1,8 na escala Richter. O segundo ocorreu praticamente uma hora
depois, às 23h20, com magnitude 2,1. O terceiro foi registrado já na madrugada
da segunda-feira (18), de magnitude 2,4. O epicentro do tremor anterior foi a
aproximadamente 20 quilômetros de Boa Viagem.
Na tarde da segunda-feira foram
computados mais dois eventos. O primeiro, de magnitude 2,3, ocorreu às 12h45. O
segundo, de magnitude 2,6, às 16h28. Com os últimos registros confirmados
oficialmente, já são oito tremores em quatro dias.
Causas
Tremores de terra são comuns no
Ceará. Segundo o Laboratório de Sismologia da UFRN, os tremores ocorrem devido
a fossas subterrâneas que estão constantemente em atividade sismológica. As
fossas são ligadas ao encontro das placas tectônicas no Oceano Atlântico, que
ligam a América do Sul ao continente africano.