O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje (27) que a linha de propaganda 
do governo mudou. Ele defendeu a decisão do Banco do Brasil (BB) de 
retirar do ar um comercial que incentivava a abertura de conta no banco.
 A peça, de 30 segundos, exibia imagens de homens e mulheres jovens, de 
diferentes estilos.
“Quem indica e nomeia o presidente do Banco do Brasil, não sou eu? Não 
precisa falar mais nada, então. A linha mudou. A massa quer o quê? 
Respeito a família, ninguém quer perseguir minoria nenhuma. E nós não 
queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira”, disse o 
presidente, após visitar a estudante Yasmin Alves, de 8 anos, na casa 
dela, na Estrutural, uma das regiões mais pobres do Distrito Federal. A 
assessoria do Banco do Brasil informou, em nota, que “faltaram outros 
perfis” na publicidade, que saiu do ar no último dia 14. O diretor de 
Marketing do BB, Delano Valentim, foi demitido do cargo.
Visita
Na semana passada, Yasmin foi vítima de um erro na divulgação de um 
vídeo, pelo jornal O Estado de S. Paulo, em que aparece supostamente se 
recusando a cumprimentar Bolsonaro, durante a visita de um grupo de 
crianças ao Palácio do Planalto. A interpretação dada às imagens, que 
viralizaram nas redes sociais, é falsa. A negativa de Yasmin, na 
verdade, era porque o presidente havia perguntado às crianças quem era 
palmeirense. Yasmin, que torce para o Flamengo, cruzou os braços e 
balançou negativamente a cabeça no momento. A menina chegou a deixar de 
frequentar a escola por causa da hostilidade de colegas e vizinhos. 
Bolsonaro decidiu visitá-la para prestar solidariedade.
“É uma visita para desfazer uma situação que a família, em especial a 
menina, estava sofrendo. Ela estava há uma semana sem ir à aula, porque o
 que chegou aqui foi que ela teria sido sem educação por não ter me 
cumprimentado. Na verdade, não foi isso. Eu perguntei quem era 
palmeirense, ela disse que não. Nada mais além disso”, disse o 
presidente, que chegou a presenteá-la, na última quinta, com uma camisa 
do Flamengo, quando ela foi recebida por ele no Palácio do Planalto.
Para a visita de hoje, foi montado um forte esquema de segurança na 
Estrutural, que fica a pouco mais de 15 quilômetros do centro da 
capital. A rua da casa de Yasmin foi complemente bloqueada para a 
passagem do comboio presidencial. Agentes ocuparam pontos estratégicos 
nas lajes e telhados de casas vizinhas e apenas moradores da rua foram 
autorizados a passar pelo bloqueio.
Ao chegar ao local, às 9h, Bolsonaro estava acompanhado da 
primeira-dama, Michelle, que abraçou a criança e entregou um bolo para a
 mãe de Yasmin, Cleia Ramone. Eles entraram na casa da família, onde 
permaneceram por cerca de meia hora.
Previdência
Ainda na saída, Bolsonaro voltou a dizer que a reforma da Previdência 
não pode ser “desidratada”. Ele reforçou que, de acordo com o ministro 
da Economia, Paulo Guedes, é preciso garantir que a economia com a 
aprovação da medida não seja inferior a R$ 800 bilhões em dez anos.
“Ela [a reforma] não pode ser desidratada. Tem um limite. Abaixo disso 
[R$ 800 bilhões], apenas, como diz o Paulo Guedes, vai retardar a queda 
do avião. O Brasil não pode quebrar. Nós temos que alçar um voo seguro 
para que todos possam se beneficiar da nossa economia”, afirmou.
Bolsonaro também foi questionado sobre recentes declarações do 
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em que criticou dois dos 
filhos do presidente. Ele elogiou Maia, a quem chamou de “pessoa 
importantíssima” para o futuro do país.
“Eu gosto do Rodrigo Maia. Ele tem respeito por mim, eu tenho por ele. 
Mandei uma mensagem para ele, via Onyx Lorenzoni, ontem à noite, dizendo
 que o que nós dois juntos podemos fazer não tem preço. E 208 milhões de
 pessoas precisam de mim e dele e, em grande parte, de vocês. Então 
Rodrigo Maia é uma pessoa importantíssima para o futuro de 208 milhões 
de pessoas. Eu espero brevemente poder conversar com ele”, disse.
Lula
Bolsonaro também comentou a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula
 da Silva, concedida aos jornais Folha de S.Paulo e El País, com 
autorização da Justiça. Na entrevista, realizada ontem (26), Lula disse 
que o Brasil está sendo governado por um “bando de malucos”.
“Olha, eu acho que o Lula, primeiro não deveria falar. Falou besteira. 
Maluco? Quem é do time dele? Grande parte está presa, está sendo 
processada. Tinha um plano de poder, onde finalmente nos roubaria a 
liberdade”, disse Bolsonaro.
O presidente criticou a autorização da Justiça para que Lula pudesse ser
 entrevistado na prisão, em Curitiba. “Acho que é um equívoco, um erro 
da Justiça, tê-lo dado direito a dar uma entrevista. Presidiário tem que
 cumprir sua pena e não dar declaração”, encerrou.
(Agência Brasil)



