Os jovens cearenses na faixa etária de 14 a 24 anos são o terceiro grupo
do País que menos participa da realização de afazeres no próprio
domicílio ou no domicílio de parentes. Apenas 68% deles desempenham
alguma atividade em casa. O índice só é menor nos Estados de Sergipe
(64,9%) e Rio Grande do Norte (64,8%).
As informações constam na Pesquisa Outras Formas de Trabalho 2016-2018,
divulgada nesta sexta (26), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O estudo é um suplemento da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
Apesar do resultado houve aumento da participação nessa faixa etária. Em
2016, apenas 60% realizava alguma tarefa. Conforme a pesquisa, quem
mais desempenha atividades domésticas no Ceará tem entre 25 e 49 anos
(87%), seguido pelo grupo das pessoas que tem 50 anos ou mais (79,3%).
Homens estão participando mais
As mulheres cearenses ainda são maioria na realização de tarefas
domésticas: 89,2% delas cuidam de afazeres no próprio domicílio ou no
domicílio de parentes. Nos últimos três anos, porém, cresceu em dez
pontos percentuais o índice de homens que também ajudam na manutenção
das residências. Em 2016, eram 59,2%; no ano passado, passaram para
69,7%.
Chama atenção que eles cuidem mais de atividades de gestão. As duas
principais são fazer compras ou pesquisar preços de bens para o
domicílio (70,7%) e cuidar da organização do domicílio, como pagar
contas, contratar serviços e orientar empregados (69%). Apenas em
terceiro aparecem serviços como limpar ou arrumar o domicílio, a
garagem, o quintal ou o jardim (61,4%). O que eles menos fazem é cuidar
da limpeza de roupas e sapatos (47,3%).
Já a principal atividade das mulheres é preparar ou servir alimentos,
arrumar a mesa ou lavar louça (94%), seguida pela lavagem de roupas
(89,7%) e limpeza do domicílio (79,5%). O que elas menos realizam é
fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel ou de
eletrodomésticos (29,4%).
A única situação em que o homem se aproxima da mulher em atividades de
alimentação e limpeza, conforme aponta a Pesquisa, é quando ele é
responsável sozinho pelo domicílio. Em casos de coabitação ou moradia
com cônjuge, as taxas de participação masculina nestes quesitos cai, em
média, 30%.
Em casa, elas ainda trabalham o dobro
O levantamento também atesta que os cearenses estão dispondo de menos
tempo para afazeres domésticos e/ou cuidado com outras pessoas, como
crianças e idosos. Mesmo assim, as mulheres ainda trabalham, em casa,
duas vezes mais que os homens.
A média de tempo cedida por elas, semanalmente, era de 21,7 horas em
2016; no ano passado, o número decresceu para 20,2 horas. Entre eles,
11,1 horas eram dedicadas ao lar, há três anos; em 2018, a medida caiu
para 9,9 horas.
A tendência de redução de dedicação ao lar também é percebida levando em
conta a ocupação das pessoas. Quem trabalha fora dispunha de 14,4 horas
semanais para cuidar do domicílio, em 2016; no ano passado, cedeu
apenas 13,2 horas. Já os não ocupados reduziram esse tempo de 20,5 horas
para 18,7 horas, no mesmo período.
Formação
No Ceará, de acordo com a Pnad, a realização de afazeres domésticos
aumenta com a escolaridade, sendo maior entre as pessoas com ensino
superior completo (83,3%) e menor entre os sem instrução ou com
fundamental incompleto (75,6%).
Diário do Nordeste