Foi apresentado recentemente na
cidade canadense de Quebec, um projeto de lei que proíbe os funcionários do
governo a expressarem sua fé através do uso de símbolos religiosos durante as
horas de trabalho.
De acordo com o autor do projeto,
Simon Jolin-Barrete, que também é o ministro da Imigração, Diversidade e Inclusão
de Quebec, "o propósito deste projeto de lei é afirmar a laicidade do
Estado e especificar os requisitos derivados dele".
Líderes políticos e religiosos
criticaram o projeto de lei considerando-o um ato de discriminação e uma
afronta à liberdade religiosa. Caso seja aprovada, a lei afetará funcionários
que sejam contratados para o setor público, incluindo professores, policiais e
juízes, mantendo apenas os atuais funcionários do governo insentos.
O projeto de lei foi apresentado
semanas depois de um crucifixo, instalado na prefeitura de Montreal, ter sido
retirado durante reformas e não ter sido colocado novamente no lugar.
Segundo o vereador Laurence
Lavigne-Lalonde, aquele símbolo cristão não era mais relevante. "O
crucifixo foi instalado durante uma era completamente diferente da que vivemos
hoje. Agora, vivemos em uma sociedade que evoluiu e é representada por
instituições democráticas que devem ser seculares, neutras e abertas a todos os
cidadãos", afirmou Lavigne-Lalonde.
A Arquidiocese de Montreal, em
resposta à retirada do crucifixo, declarou que ele representa as raízes cristãs
do país e não precisa ser eliminado em uma sociedade religiosamente pluralista.
"Como um sinal venerado pelos cristãos, o crucifixo continua sendo um
símbolo vivo. Simboliza a abertura e o respeito a todos os povos, inclusive a
outras comunidades de fé e tradições religiosas, que aderem legitimamente aos
seus próprios sinais e símbolos", afirmou o Arcebispo Christian Lépine.