O vírus é
uma espécie de 'primo' da chikungunya e provoca as mesmas reações nos
pacientes: febres e intensas dores musculares e articulares que podem se
se prolongar por muitos meses. De forma semelhante ao que transmite a
febre amarela, o mayaro é um vírus que, pelo menos até agora, existia
apenas em áreas silvestres amazônicas. A notícia foi antecipada pelo jornal O Globo.
No entanto, sua presença no estado do Rio não surpreendeu os cientistas
da UFRJ – há quase quatro anos, eles já alertavam sobre a possibilidade
da existência do vírus em território fluminense, por meio de uma
adaptação ao ambiente urbano.
"Recebíamos amostras de sangue de pessoas atendidas pelo SUS com
sintomas de chikungunya. Ao fazermos os testes para essa doença, os
resultados de algumas delas eram sempre negativos. Como os indivíduos
infectados apresentavam dores musculares muito fortes, bastante
parecidas com as provocadas pela chikungunya, começamos a desconfiar da
presença do mayaro no Rio. Agora, depois da pesquisa, podemos afirmar
que ele está aqui", explicou um dos responsável pela descoberta, o
coordenador da Rede Zika da UFRJ, Rodrigo Brindeiro.
A pesquisa apontou que três moradores de Niterói, na Região
Metropolitana, foram contaminados com o vírus mayaro. Segundo os
pequisadores, nenhum deles viajou até a Amazônia.
"Ou seja, ficou claro que o mosquito florestal Haemogogos – principal vetor de transmissão do vírus – havia chegado ao Rio e se adaptado ao ambiente urbano", explicou Brindeiro.
Ainda segundo a pesquisa, com o passar do tempo, o mayaro pode se adaptar ainda mais e também ser transmitido tanto pelo Aedes aegypti quanto pelo pernilongo - Culex - bastante comum no RJ, o que, segundo os pesquisadores, pode aumentar o risco de epidemia.
"No que diz respeito aos sintomas, o mayaro provoca reações físicas
semelhantes ao chikungunya. Porém, no que se refere ao combate ao vírus,
é importante que as vigilâncias epidemiológicas do Estado e das cidades
saibam que começamos a lidar com um novo vírus", disse.
(G1)