Com um gol histórico para Marta,
agora a maior artilheira das Copas, com 17, a seleção brasileira se classificou
nesta terça-feira às oitavas de final do Mundial da França. Em Valenciennes, a
equipe derrotou a Itália por 1 a 0, assegurando o terceiro lugar do Grupo C,
com seis pontos.
O Brasil, então, se classificou
com um dos quatro melhores terceiros colocados das seis chaves do Mundial, mas
ainda não conhece o seu adversário na próxima fase. Porém, será uma das equipes
favoritas ao título: Alemanha, no sábado, ou França, no domingo.
Nesta terça-feira, a seleção
conseguiu superar ausências importantes, de Formiga, que estava suspensa, e de
Andressa Alves, que está machucada e não poderá mais atuar no restante da
competição, para obter o seu segundo triunfo no Mundial.
Eleita seis vezes a melhor do
mundo, Marta voltou a colocar o seu nome na história do futebol ao chegar aos
17 gols em Copas, superando o alemão Klose, que fez 16, como maior artilheira
da história das competições. E esse importante gol de pênalti foi o segundo
dela nesta edição do torneio, sendo que ambos foram de pênalti e ela ficou fora
da estreia diante da Jamaica por estar lesionada.
O outro jogo do Grupo C do
Mundial também teve seu peso histórico, com os quatro gols marcados por Kerr
nos 4 a 1 da Austrália sobre a Jamaica. Com esses resultados, os três primeiros
colocados ficaram com seis pontos, sendo que a Itália ficou na frente pelo
saldo de gols, com 5, contra 3 de Austrália, a vice-líder, e Brasil, que marcou
menos vezes - 8 a 6 - do que a equipe da Oceania.
O JOGO - A iniciativa de jogo do
Brasil no começo do duelo foi infrutífero para a seleção, que cedeu
contra-ataques para a Itália, que aproveitou os espaços na direita por Letícia
Santos para quase abrir o placar aos quatro minutos, com Bonansea, que
finalizou para a defesa de Bárbara.
O lance expôs a desorganização
defensiva da seleção, mas a atuação no ataque não era tão ruim. E em jogadas
quase seguidas, teve três chances após cruzamentos. No mais bonito, aos 16,
Debinha quase marcou de letra, não fosse a defesa de Giuliani.
O problema era que o Brasil tinha
dificuldades na criação, parando na forte marcação italiana e pouco acionando
Cristiane. E ainda levava muitos sustos quando era atacada, com aos 23, em
chute cruzado de Cernoia. E também aos 39, em contra-ataque que Bonansea parou
na boa defesa de Bárbara.
O Brasil voltou bem melhor para o
segundo tempo. Embora Marta tenha sido pouco participativa e a defesa tenha
errado em algumas saídas de jogo, a seleção dominou a etapa final diante de um
adversário que mal conseguia atacar. Assim, quase abriu o placar aos seis
minutos, com Andressinha, que acertou o travessão em cobrança de falta. Logo
depois, aos dez, em nova jogada de bola parada, Kathellen quase marcou em
cabeceio.
A pressão, aos poucos, parecia
arrefecer, embora o Brasil continuasse tendo uma atuação segura. A saída de
Cristiane parecia diminuir o poder de fogo da seleção, mas o contrário
aconteceu, tanto que a sua substituta, Bia Zaneratto quase marcou de calcanhar
em sua primeira participação, aos 19 minutos.
E o gol sairia aos 28, após jogada
individual de Debinha, que arrancou até a área, onde a arbitragem entendeu que
ela foi derrubada por Linari. Pênalti que foi convertido por Marta. Assim, ela
chegou aos 17 gols na história das Copas, se tornando a maior artilharia da
história do torneio.
Só depois do gol de Marta que a
Itália buscou o ataque na etapa final. Mas não chegou a ameaçar a meta
defendida por Bárbara, a não ser por um chute prensado no lance final. Assim, a
seleção brasileira conseguiu assegurar sua segunda vitória no Mundial e avançou
às oitavas de final com uma marca histórica da sua craque.
Estadão Conteúdo