Os conselheiros Luiz Fernando Bandeira de Mello, Gustavo Rocha, Erick
Venâncio Lima do Nascimento e Leonardo Accioly da Silva, do Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP) estão pedindo ao corregedor
nacional do órgão a abertura de investigação para apurar os fatos
noticiados pelo site The Intercept.
Neste domingo, 9, o site The Intercept Brasil divulgou o suposto
conteúdo de mensagens trocadas por Moro e integrantes do MPF-PR, como o
procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa em Curitiba. As
conversas supostamente mostrariam que Moro teria orientado
investigações da Lava Jato por meio de mensagens trocadas no aplicativo
Telegram.
O site afirmou que recebeu de fonte anônima o material. O The Intercept
tem entre seus fundadores Glenn Greenwald, americano radicado no Brasil
que é um dos autores da reportagem. De acordo com o site, há conversas
escritas e gravadas nas quais Moro teria sugerido mudança da ordem de
fases da Lava Jato, além de dar conselhos, fornecer pistas e antecipar
uma decisão a Dallagnol.
No documento em que pedem sindicância para apurar a conduta dos citados
pelo site, os conselheiros do CNMP destacam: "Caso forem verídicas as
mensagens e correta a imputação de contexto sugerida na reportagem,
independentemente da duvidosa forma como teriam sido obtidas, faz-se
imperiosa a atuação do Conselho Nacional do Ministério Público."
Os conselheiros argumentam que não estão formando nenhum juízo prévio de
valor, mas ressaltam a necessidade de se apurar se houve eventual falta
funcional, "particularmente no tocante à violação dos princípios do
juiz e do promotor natural, da equidistância das partes e da vedação de
atuação político-partidária".
Agência Estado