O presidente Jair Bolsonaro elogiou hoje (13) o trabalho do ministro
da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, durante sua atuação como
juiz da Operação Lava Jato. “O que ele fez não tem preço. Ele realmente
botou para fora, mostrou as vísceras do poder, a promiscuidade do poder
no tocante à corrupção”, disse Bolsonaro em conversa com jornalistas
após cerimônia no Palácio do Planalto.
No último dia 9, o site de notícias The Intercept Brasil divulgou trechos de mensagens atribuídas a Moro
e a membros da força-tarefa da Lava Jato, que apontam para uma
“colaboração proibida” entre o então juiz federal responsável por julgar
processos decorrentes da operação em Curitiba e os procuradores, a quem
cabe acusar os suspeitos de integrar o esquema de corrupção. Para
Bolsonaro, houve "uma invasão criminosa".
“Ele [Moro] faz parte da história do Brasil. Vazou [a conversa]? Se
vazar meu aqui, tem muita brincadeira que faço com colegas que vão me
chamar de novo de tudo aquilo que me chamavam durante a campanha. Houve
uma invasão criminosa, se é que o que está sendo vazado é verdadeiro ou
não”, disse Bolsonaro. Questionado se considera normal conversa entre
juiz e procurador, o presidente respondeu: "Normal é conversa com
doleiro, com bandidos, com corruptos, isso é normal? Nós temos nos
unidos do lado de cá. Ninguém forjou provas nessa questão da condenação
do [ex-presidente] Lula”, ressaltou ele, ao falar sobre o processo
julgado por Moro na primeira instância da Lava Jato, em Curitiba.
Sergio Moro também nega qualquer irregularidade em sua conduta. Lula
está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em
Curitiba, após ter sua condenação confirmada pelo Tribunal Regional
Federal 4ª Região (TRF4), que impôs pena de 12 anos e um mês de prisão
pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Na semana passada, o Ministério da Justiça e Segurança Pública
revelou que uma tentativa de invasão do telefone celular do ministro
tinha sido identificada, motivando-o a deixar de usar a linha
telefônica. A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a
denúncia.
(Agência Brasil)