O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que decidiu convidar um de
seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para assumir a
Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. A decisão, segundo o presidente,
depende apenas do “sim” de Eduardo, que estuda a possibilidade de ter
que renunciar ao mandato parlamentar para assumir a função de
embaixador.
“Imagina o filho do Macri (Maurício Macri, presidente da Argentina) aqui
(no Brasil) como embaixador da Argentina. Teria tratamento
diferenciado”, declarou Bolsonaro aos jornalistas em entrevista
coletiva.
Segundo Bolsonaro, “não é fácil a decisão para Eduardo eventualmente ter
que deixar o mandato para assumir a Embaixada dos EUA”. O presidente
afirmou que ainda não está claro se ele realmente seria obrigado a
deixar a função que ocupa no Congresso, mas disse que, se confirmado,
isso seria um “complicador”.
Eduardo afirmou que aceitaria o cargo de embaixador em Washington caso
seu pai o escolhesse. “Eu aceitaria qualquer missão que o presidente
Bolsonaro me der e tentarei desempenhar da melhor maneira possível”,
afirmou. O deputado, porém, disse que não houve convite formal.
O cargo de embaixador em Washington está vago desde junho, quando o
diplomata Sérgio Amaral deixou o posto. Desde que seu pai foi eleito,
Eduardo tem atuado como uma espécie de embaixador informal do governo.
Acompanhou o pai nas viagens e chegou a substituir o ministro das
Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em reunião com o presidente
americano, Donald Trump, na Casa Branca.
Ao lado do presidente, em transmissão ao vivo feita pelo Facebook,
Ernesto Araújo afirmou ontem que Eduardo Bolsonaro é um “excelente nome”
para o posto de embaixador do Brasil em Washington. “Tem um papo aí que
o Eduardo Bolsonaro pode ser indicado para ser embaixador nos EUA, é
isso mesmo?”, pergunta o presidente, virando para o ministro. “É um
excelente nome, presidente. Seria ótimo”, responde Araújo, provocando
risadas em todas que participam da transmissão.
Em outro evento, mais cedo, o presidente recebeu cerca de 80 deputados
da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional. Segundo relatos
de quem participou do encontro, os parlamentares agradeceram ao
presidente pelo compromisso firmado na quarta-feira (10) por ele de
indicar um ministro “terrivelmente evangélico” para uma das vagas que
serão abertas para o Supremo Tribunal Federal (STF).
(Agência Estado)