O pernambucano Francisco Maria Cavalcanti de Oliveira, mais conhecido
como Chico de Oliveira, morreu aos 85 anos na madrugada desta
quarta-feira (10). A informação foi confirmada pela Universidade de São
Paulo (USP), que também afirma que os familiares não divulgaram a causa
da morte.
O velório acontecerá no salão nobre do prédio administrativo da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da universidade, na
rua do Lago, 717, das 17h às 22h.
Um dos mais influentes nomes das ciências sociais no Brasil a partir da
década de 1960, Oliveira lançou ensaios que se tornaram referências,
como "Crítica da Razão Dualista" (1972), "Elegia para uma Re(li)gião"
(1977) e "O Ornitorrinco" (2003).
Ajudou a fundar o PT em 1980, mas decepcionou-se com o partido quando o
ex-presidente Lula chegou à Presidência. Também esteve no núcleo de
criação do PSOL em 2004, porém, logo se desencantou com a sigla.
Nascido no Recife em 1933, graduou-se em ciências sociais em 1956 na
antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Recife, atual
Universidade Federal de Pernambuco. Nesse período, foi um dos fundadores
do Movimento Estudantil Socialista de Pernambuco.
Trabalhou na Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste),
sob a orientação de Celso Furtado, que o influenciou decisivamente nesta
época.
Foi preso durante o regime militar, em Pernambuco, durante dois meses.
Depois de ser solto, deixou o país e viveu três anos entre Guatemala e
México.
Em 2003, meses depois de Lula assumir a Presidência, o sociólogo se
afastou do PT e tornou-se cada vez mais crítico das medidas tomadas pelo
partido que havia fundado. "Lula não tem objetivos porque não tem
inimigos de classe", escreveu em ensaio publicado na revista Piauí em
2007.
Os últimos anos foram marcados por um acentuado ceticismo em relação à
política e à economia do país. No livro "Brasil: Uma Biografia Não
Autorizada", o mais longo ensaio tinha como título "O Adeus do Futuro ao
País do Futuro".
UOL