As cidades médias do interior deverão ser os catalisadores do plano de
desenvolvimento regional do Nordeste a partir da implementação do plano
do Governo Federal. No Ceará, cinco municípios - de um total de 41 em
toda a região - foram selecionados: Crateús, Iguatu, Juazeiro do Norte,
Quixadá e Sobral. A informação foi confirmada pela secretária nacional
de Desenvolvimento Regional e Urbano do Ministério do Desenvolvimento
Regional (MDR), Adriana Alves.
A secretária detalhou os novos planos federais durante reunião da
Associação Nordeste Forte realizada nessa sexta-feira (2), no auditório
da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). De acordo com Alves, as
áreas prioritárias de projetos que deverão ser focados pelo Governo
Federal no Nordeste são relacionadas à segurança de recursos hídricos,
conectividade (banda larga e outros serviços), educação básica e
melhoria da gestão pública na região.
"Nós estamos definindo com a Casa Civil uma agenda imediata, até porque o
plano tem uma vigência de 4 anos, com um horizonte de 12 anos, então
ele conta mais com ações de médio prazo. Mas a gente quer uma agenda
imediata, começando já em 2019, com quatro temas prioritários: água e
segurança hídrica, conectividade, melhoria da gestão pública e educação
básica. Estamos montando um ciclo de oficinas com os ministérios com as
ações que serão montadas no fim do ano", comentou Adriana Alves.
Agenda
A secretária, no entanto, afirmou que o plano de desenvolvimento ainda
precisa passar pela aprovação do Congresso Nacional. O projeto deverá
ser enviado à Câmara dos Deputados até o fim de agosto. Alves também
confirmou que ainda não há definição de quais cidades receberão as
primeiras iniciativas da agenda imediata. Segundo ela, o MDR ainda está
analisando a questão em conjunto com a Casa Civil da União. "Assim que
definirmos, entraremos em contato com os governos estaduais e
prefeituras para moldar os projetos. Esse ano, nós já começamos a
implementar a agenda imediata", comentou.
Sobre o financiamento das iniciativas, Alves destacou que o Governo
Federal considera utilizar um sistema híbrido, alternando, de acordo com
cada projeto, recursos da União e parcerias com a iniciativa privada a
partir de empréstimos junto aos bancos de desenvolvimento, como o Banco
do Nordeste e o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), do Brics.
Projetos
A apresentação do projeto do Governo Federal foi recebida com bons olhos
por empresários cearenses, mas boa parte dos representantes presentes
na reunião na Fiec comentou que o nível de execução dos planos regionais
ainda está muito baixo, considerando todos os planos já apresentados
nos últimos anos.
Para André Montenegro, presidente do Sindicato da Indústria da
Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), o Governo deveria reduzir o
número de planos e começar a agir em áreas em que o Nordeste tem um
maior potencial de desenvolvimento. "A gente está vivendo muito de
planos. Eu sou engenheiro e nós somos muito práticos. Está faltando
muita ação e fazer esses planos chegarem na ponta. Otimização. Vamos
pegar um ou dois desses planos em áreas que o Nordeste tem potencial
para se focar", disse.
Foco
Para o senador Tasso Jereissati (PSDB), a agenda do Governo Federal
representa uma ausência de prioridade para ações no Nordeste.
"Efetivamente, o Nordeste não é uma prioridade para o Governo Federal.
Sobre a questão regional, eu não tenho visto nenhuma sinalização
concreta de prioridade e isso é uma coisa que, passada esse tempo de
reforma, vamos ter de batalhar agora", afirmou.
Diário do Nordeste
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