Em sua cruzada contra a ciência e o conhecimento, o governo do
presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nesta segunda-feira (2) o corte de
mais 5.613 bolsas de estudos para pesquisas de pós-graduação – referentes a
trabalhos de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
As bolsas
seriam concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), fundação ligada ao Ministério da Educação (MEC). Fundada em
1951, a Capes tem se destacado na formulação de políticas para a pós-graduação
e pelo fomento a especialistas e pesquisadores dos diversos ramos do
conhecimento.
Nesse
período de quase 70 anos a Capes cresceu, se diversificou e se tornou
referência obrigatória para área. Sob Bolsonaro, no entanto, a política de
financiamento já sofreu três cortes. Em apenas oito meses de governo, os
bloqueios chegam 11.811 bolsas.
O governo
afirma que não haverá interrupção de pagamento para bolsistas com pesquisas em
andamento e que a medida atinge apenas bolsas de pesquisadores que já
finalizaram seus estudos, e que não serão repassadas para outros alunos.
Especialistas
argumentam, no entanto, que a decisão prejudica estudos que dependem de continuidade, nos quais um
pesquisador conclui seu período de bolsa e repassa o trabalho para outro.
Em 2019, a
Capes teve R$ 37,8 milhões contingenciados, ou 19% do orçamento aprovado, que
era de R$ 819 milhões
No próximo
sábado (7), a União Nacional dos Estudantes (UNE) fará novos protestos em todo
o país contra o desmonte da educação pública promovido pelo governo Bolsonaro.
Será a
quarta grande manifestação do ano. As anteriores – ocorridas em 15 de maio, 30 de Maio e 13 de agosto –
levaram milhões de estudantes, professores e outros trabalhadores às ruas.
UOL