Justiça não concede habeas corpus e médico suspeito de estuprar pacientes no Ceará continuará preso

 
 
O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) negou o habeas corpus ao médico e prefeito de Uruberatama, José Hilson de Paiva, 70 anos. Ele foi preso por pratica há décadas o crime de abuso sexual de suas pacientes, conforme denúncias de mulheres que procuraram o ginecologista em busca de consulta.
Denunciantes procuraram a Polícia Civil do Ceará depois que uma sequência de vídeos com cenas dos abusos, filmados pelo próprio médico, foram exibidos no Fantástico. A informação é de que os crimes aconteciam desde 1980. No dia 19 de julho de 2019, Paiva foi preso. No julgamento previsto para esta terça, a liberdade do acusado pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) pode ser impedida caso um ou dois magistrados mudem o entendimento anterior.
Sob a condição de não ser identificada, já por temer represálias, uma das vítimas contou ao G1 que apoiadores do médico afirmam que irão festejar a soltura do acusado, com queima de fogos em praça pública. A mulher ainda relata ter sofrido ameaças por ter denunciado José Hilson.
"Há mais de 30 anos ele vem cometendo crimes e já vai ser solto? Cadê a Justiça? Tem outras mulheres que foram abusadas e nunca denunciaram. Elas chegaram agora para mim e falaram: e aí, do que adiantou denunciar, se ele vai ser solto? Sempre tive a Justiça como uma coisa séria na minha vida. Eu já fui ameaçada por duas pessoas aqui. Minha vida agora é ser ameaçada. Disseram que iam quebrar a minha cara na rua. Eu que vou ficar aprisionada porque denunciei, e ele solto? Ninguém quer enxergar o que ele fez?", questiona uma das vítimas.
Outra mulher abusada pelo médico durante consulta ginecológica afirma que ver José Hilson preso e longe de Uruburetama é o mínimo de segurança que ela espera. "Com ele longe daqui, eu me sinto melhor. Ele não é digno de estar em Uruburetama. Ficam debochando da gente dizendo que ele já vai ser solto, e que não deu em nada. Peço que, pelo amor de Deus, não soltem. Queria que ele estivesse no nosso lugar", disse.
 
O POVO

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