O laudo cadavérico da advogada
Letícia Curado, 26 anos, divulgado nesta segunda-feira (9/9), indicou que a
advogada não sofreu violência sexual. A jovem morreu vítima de esganamento,
segundo documento do Instituto de Medicina Legal (IML). O marido dela, Kaio
Fonseca Curado de Melo, 25, confirmou a informação ao Correio.
A advogada foi assassinada em 23de agosto. No dia seguinte, investigadores da 31ª Delegacia de Polícia
(Planaltina) prenderam o cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, 41. Ele
admitiu ter matado Letícia, a auxiliar de cozinha Genir Sousa, 47, em junho,
além de ter atacado outra mulher, que sobreviveu.
Os peritos analisaram o local
onde o corpo de Letícia foi encontrado e o carro que o agressor usou para
transportar a vítima. No entanto, a Polícia Civil não divulgou detalhes sobre
os resultados dos exames.
O indiciamento de Marinésio pela
morte de Letícia deve ocorrer nas próximas duas semanas. A Polícia Civil ainda
não divulgou por quais crimes ele deve responder. Desde a divulgação do caso,
diversas vítimas procuraram a polícia para denunciar supostos crimes cometidos
pelo cozinheiro. Ao menos três outros inquéritos relacionados aodesaparecimento de mulheres foram reabertos.
Letícia e Genir foram abordadas
em uma parada de ônibus de Planaltina. Elas entraram no carro do cozinheiro
depois de ele se identificar como motorista de transporte pirata. Depois de
matá-las, ele deixou os corpos em um matagal entre a região administrativa e o
Paranoá. A terceira vítima reconheceu Marinésio na delegacia. Ela também havia
entrado no carro do agressor, mas, ao ser atacada, conseguiu saltar do carro e
fugir.
Defesa
Ao Correio, a defesa de Marinésio
afirmou que ele matou Letícia fora do carro. A versão é diferente do primeiro
depoimento do cozinheiro aos agentes da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina),
em 26 de agosto. À época, o acusado disse ter cometido o homicídio dentro da
Blazer prata. O advogado Marcos Venício frisa que o cozinheiro já havia
confirmado não ter cometido crime sexual contra a vítima.
"Ao falar comigo, ele disse
que conversou com Letícia no carro, com o objetivo de manterem uma relação
sexual. O Marinésio alega que ela concordou e, por isso seguiram até o matagal
(onde ela foi encontrada, na área entre Planaltina e Paranoá). Ali, ela teria
gritado por socorro. Ele disse que não sabia o que fazer e acabou a
matando", detalhou.
O advogado ainda não teve acesso
aos laudos da morte de Letícia, mas para ele, os resultados irão indicar que
Marinésio "não está mentindo em momento algum. Estas provas são
importantes para dar credibilidade ao que ele fala sobre os outros casos. Ele
afirma não ter cometido nenhum outro crime além dos assassinatos de Genir e
Letícia. Trabalhamos para comprovar isso".