O Ceará atingiu estado de alerta com relação aos níveis de umidade
relativa do ar nas últimas 24 horas, quando foram registradas taxas de
14% e 15% nos municípios de Iguatu e Barbalha, respectivamente, informou
a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível ideal de umidade é
de 60%.
Taxas críticas também são observadas em Campos Sales (16%), Jaguaribe
(16%), Tauá (17%) e Quixeramobim (18%), segundo a Funceme. Os níveis
podem variar ao longo de um mesmo dia.
Doenças respiratórias
O médico otorrinolaringologista Ricardo Alencar salienta que a população
cearense não está acostumada a baixas umidades e, por isso, acaba não
tomando precauções para enfrentar o clima.
"Aqui a gente não tá muito acostumado. Primeiro, antes de qualquer
coisa, é hidratar o corpo bebendo água. Às vezes as pessoas se preocupam
em lavar o nariz, mas esquecem que o corpo primeiro precisa está
hidratada. A mucosa nasal precisa estar hidratada por dentro primeiro",
explica.
Segundo o especialista, o tempo seco favorece doenças respiratórias.
"Quando tem umidade muito baixa o ar fica muito seco. É mais difícil de
respirar, mais difícil de fazer as trocas gasosas do pulmão. O pulmão, a
traqueia, o nariz ficam mais suscetíveis por conta da agressão. É
importante que tenha uma boa umidade do ar pra evitar doenças pulmonares
e nasais: rinites alérgicas, sinusites crônicas. Em resumo, as defesas
da árvore respiratória vão ficar comprometidas", salienta.
Classificação da OMS
A OMS considera umidade do ar acima de 60% como ideal. É considerado
estado de observação quando a umidade apresenta entre 31% a 40%. Quando
ela fica abaixo dos 30%, classifica-se como atenção. Já entre 12% e 20%,
é considerado estado de alerta. Por fim, abaixo disso, é considerado
estado de emergência.
O cenário é agravado pela intensificação de uma massa de ar seco ao
longo do Nordeste. Até novembro, o fenômeno deve continuar afetando
principalmente áreas afastadas do mar e longe da região de serras,
explica o meteorologista Davi Ferran.
“Todo o interior, áreas que não estão em serra e mais longe do mar,
nessa época do ano
frequentemente atingem valores baixos de umidade do ar”, frisa.
frequentemente atingem valores baixos de umidade do ar”, frisa.
De acordo com Ferran, as taxas de umidade relativa do ar começam a cair
quando cessa o período de chuvas, a partir dos meses de julho, agosto.
Recomendações do especialista para evitar impactos do ar seco
- Adulto - tomar de 3 a 4 litros de água
- Criança - tomar de 10 ml a 30 ml por kg de peso
- Evitar ar-condicionado
- Colocar toalhas molhadas ou água em temperatura ambiente no quarto
- Lavar o nariz
Diário do Nordeste