Ao deixar, nesta sexta-feira (8), a prisão, após passar 580 dias em uma
cela improvisada da Polícia Federal de Curitiba, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva centrou fogo na força-tarefa da Lava-Jato, acentuou
a sua oposição ao Governo do presidente Jair Bolsonaro e deu sinais de
que pretende voltar ao cenário político com viagens pelo País. Poucas
horas depois, o petista adotou tom mais leve em vídeo publicado nas
redes sociais. Disse que quer “construir um País melhor” e que não vai
“ficar falando mal” de Bolsonaro.
Condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados a
reformas feitas em seu benefício pela Construtora OAS em um apartamento
tríplex no Guarujá (SP), Lula é um dos quase 5 mil presos beneficiados
por alteração da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que
agora não mais permite o cumprimento automático de pena de condenados em
duas instâncias judiciárias. A defesa de Lula havia recusado a
progressão de pena para o regime aberto, considerando que, ao aceitar, o
ex-presidente estaria concordando com sua prisão.
UOL